A empresa portuguesa Aquapor participa num projeto na Arábia Saudita, que utiliza tecnologia para reutilizar 100% do efluente tratado. O projeto conta com um investimento de cerca de 8,2 milhões de euros.
A empresa integra um consórcio com a empresa da Arábia Saudita, a Tawzea, numa parceria criada em 2018, e que pretende prestar serviços integrados de água e saneamento em zonas industriais.
“O consórcio Tawzea–Aquapor, que integra a empresa portuguesa líder no setor privado das águas, implementou um projeto na Arábia Saudita, utilizando tecnologias inovadoras que permitem a reutilização de 100% do efluente tratado. Em Portugal, poderá ser replicado num contexto de crescente escassez hídrica, e em zona de grande foco de crescimento industrial”, lê-se no comunicado
Em comunicado o consórcio refere ainda que o projeto “permitiu a reabilitação de uma ETAR de uma grande cidade industrial, com mais de 37 mil postos de trabalho, na Arábia Saudita, implementando um conjunto de soluções inovadoras que garantem a reutilização de 100 % do efluente tratado, reintroduzindo este novo recurso em mais de 684 unidades industriais com diferentes ciclos produtivos e necessidades”.
António Cunha, CEO da Aquapor, afirma que “num contexto de escassez hídrica crescente e pressão sobre os recursos naturais, agravado pelas alterações climáticas, este projeto exemplifica o que é possível alcançar quando se utiliza a tecnologia em prol da sustentabilidade ambiental”.
“A transição para uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos é fundamental para garantir a sua resiliência e disponibilidade futura”, refere.
António Cunha explica que “este modelo assenta numa abordagem mais circular e integrada, em que a água residual deixa de ser vista como um subproduto e passa a ser considerada um recurso valioso nos processos fabris. A reutilização da água tratada, o aproveitamento de nutrientes e energia presentes nos efluentes, e a integração de soluções tecnológicas avançadas são elementos centrais na gestão hídrica moderna”.
O projeto teve uma duração de 12 meses, e incluiu a construção das infraestruturas necessárias à reutilização do efluente tratado pela ETAR, bem como a criação de lagoas de retenção com capacidade para armazenar até 72 horas de efluente em excesso.
Para além deste projeto, o consórcio também é responsável pelo desenvolvimento integral da operação, que abrange todas as fases do projeto.