A sustentabilidade está hoje no centro da transformação de todos os setores da economia. Na indústria do papel e da pasta de papel essa centralidade é incontornável pela relação direta que tem com o ambiente. Num contexto em que os consumidores e reguladores exigem mais compromisso ambiental, a indústria tem-se reinventado, integrando inovação e práticas responsáveis ao longo de toda a cadeia de valor. O papel corporiza um exemplo de sucesso, de como os desafios ambientais podem ser transformados em oportunidades para construir um futuro mais verde
O impacto direto da produção de papel no ambiente é inegável. Contudo, se essa ligação era tradicionalmente negativa, hoje a indústria é o resultado de um investimento contínuo na adoção de práticas sustentáveis em todas as etapas da cadeia de valor.
A montante estão, claro, as florestas, enquanto fonte primária de fibras para o papel. A procura por polpa, o material natural fibroso derivado da madeira e de outras matérias celulósicas que é usado na produção de papel, tem vindo a aumentar ao longo das últimas décadas, representando um valor de mercado de mais de 160 mil milhões de dólares em 2022 e projetado em mais de 185 mil milhões de dólares em 2027.
As dinâmicas do comércio mundial de polpa de madeira, que colocam a China como maior produtor mundial de papel e maior importador de polpa de madeira, apontam para uma trajetória de crescimento da indústria, associada ao crescimento das finalidades de utilização do papel e cartão na economia. Este crescimento tem sido acompanhado de uma maior urgência de práticas sustentáveis de um setor tradicionalmente acompanhado de uma pesada degradação ambiental e pegada carbónica.
Por Andrea Valente e Isabel Marques, Grupo de Trabalho ESG da AICEP