Em entrevista à Renascença, a partir de Osaka, a comissária da representação portuguesa, Joana Gomes Cardoso diz que esperam 1,2 milhões de visitantes. Mas para já não contará com a presença do primeiro-ministro ou do Presidente da República a 5 de maio, Dia de Portugal na Expo, dado o contexto de campanha eleitoral.
O Governo será representado pela ministra da Cultura num dia marcado por uma homenagem a Amália Rodrigues e pela abertura de uma exposição dedicada ao arquiteto Siza Vieira. Na Tasca, o restaurante do pavilhão serão servidos croquetes que já deliciaram os primeiros visitantes pré-inauguração. Na exposição do pavilhão, os japoneses vão aprender mais sobre a ligação cultural com Portugal, incluindo palavras que usam todos os dias e que têm origem portuguesa.
O Pavilhão de Portugal na Expo de Osaka, por fora remete-nos para o tema dos oceanos, através das cordas usadas nos barcos. Que barco gigante é este?
Eu diria, mais do que um barco, é verdadeiramente um oceano. O arquiteto insistiu muito nesta ideia de a estrutura física ser muito minimalista. O pavilhão ganha vida e volume com estas mais de 9 mil cordas, ou melhor dizendo, estes cabos marítimos. Depois há as redes de pesca e muitos outros elementos que criam uma sensação muito fluida, com muito movimento.
Tive a oportunidade de ver, ao longo destes últimos dias, a interação com a luz, com o vento, e é, na verdade, num estilo muito japonês, uma arquitetura muito ligada à natureza e aos elementos.
Já tiveram uma espécie de dia zero, experimental. Como reagiu o público?
Tem provocado muita curiosidade e muito interesse. As pessoas passam, param quase sempre, tiram fotografias, aproximam-se e têm muita vontade de tocar nestas cordas e vêm-nos perguntar o que é isto. Mesmo com o meu japonês rudimentar, elas rapidamente percebem o que é, porque é, de facto, um pavilhão muito intuitivo.
Ao entrar no pavilhão, o que vamos encontrar lá dentro?
O visitante tem acesso imediato a uma das salas de exposição. Nesta primeira sala há um pouco sobre a história que liga Portugal ao Japão.
Tem sido muito interessante, porque a maior parte dos japoneses tem uma vaga ideia e sabe que os portugueses estiveram cá há muito tempo, mas não sabe, por exemplo, como aliás em Portugal não sabem, que palavras como pão, botão, copo, álcool, caramelo, são todas palavras portuguesas.
Tive a oportunidade de ver a reação de espanto dos japoneses quando percebem que estas palavras, que fazem parte do seu quotidiano, não são palavras antigas, eruditas, são palavras, tal como nós, do seu quotidiano, e ficam muito espantados quando sabem que estas palavras são japonesas.
E ficam quase um pouco zangados quando descobrem que a tempura também vem de Portugal. Ficam um pouco incrédulos e nós precisamos de explicar isso bem.