Ou seja, entre janeiro e julho de 2024, Portugal vendeu ao exterior 24,2 milhões de pares de sapatos de couro, quase quatro milhões a menos do que no período homólogo. Em valor, foram 849 milhões de euros, contra os 1018 milhões do ano passado. O segmento de couro vale 83,8% do valor total exportado pela indústria portuguesa.
De acordo com o Dinheiro Vivo, as exportações de calçado estão a cair 1,6% em quantidade e 13,8% em valor, nos primeiros sete meses do ano, mas estes números globais escondem performances distintas ao nível dos diversos tipo de calçado.
O calçado de couro é, sem dúvida, o mais penalizado, com quebras em volume e em valor de 14,2% e de 16,7%, respetivamente. Em contrapartida, o calçado impermeável está a crescer 30,4% em quantidade e 17% em valor.
A questão é que Portugal é conhecido pelo seu bem saber fazer no couro, enquanto no calçado impermeável quase se poderia dizer que está a dar os primeiros passos.
O calçado de couro é, sem dúvida, o mais penalizado, com quebras em volume e em valor de 14,2% e de 16,7%, respetivamente. Em contrapartida, o calçado impermeável está a crescer 30,4% em quantidade e 17% em valor.
A questão é que Portugal é conhecido pelo seu bem saber fazer no couro, enquanto no calçado impermeável quase se poderia dizer que está a dar os primeiros passos.
A procura por novos mercados e novos segmentos de produto tem levado o setor a uma diversificação que se traduz na aposta também no calçado impermeável, de matérias têxteis ou outros materiais.
No caso do impermeável, por exemplo, Portugal exportou este ano quase 2,9 milhões de pares de sapatos no valor de 30,7 milhões de euros. São 4,4 milhões de euros de euros a mais do que no período homólogo e 670 mil pares mais.
A questão é que cada sapato de couro foi vendido ao exterior com um preço médio de 35,14 euros, enquanto o impermeável foi de 10,7 euros, em média. Produtos diferentes para diferentes tipologias de clientes e de usos.
A Lemon Jelly é a marca portuguesa de calçado impermeável mais conhecida e pertence ao grupo Procalçado que, produz solas, e que aproveitou o know how que já detinha na área para evoluir para o calçado injetado, primeiro no segmento profissional, com a marca Wock, e mais tarde na moda.
Esta é uma das 40 empresas portuguesas de calçado e de artigos de pele que, desde domingo, estão em Milão a participar na Micam, a mais importante feira do setor, e José Pinto, CEO do grupo, falou ao Dinheiro Vivo sobre o momento “desafiante” que a indústria vive.
“Fora da Europa continuamos a crescer, na Europa há uma retração no consumo. A moda é a área em que isso se sente mais, nas outras áreas temos mantido taxas de crescimento mais estáveis”, assegura.
A estagnação do mercado europeu levou a Lemon Jelly a apostar, de forma cada vez mais forte, nos mercados asiáticos, a par do reforço nos EUA e Canadá. Além disso, a marca está a entrar em segmentos novos, testando artigos novos na sua linha de acessórios, como óculos de sol, ponchos, etc. Para 2025, José Pinto diz sentir já “alguns pequenos sinais de retoma”, mas alavancado sobretudo pelos novos mercados, e não tanto pela 'velha' Europa.
As Portuguesas, a marca de calçado de cortiça criada por Pedro Abrantes em parceria com o grupo Amorim e à qual se juntou, depois, a Kyaia, que tem a seu cargo a produção, está também apostar nos mercados asiáticos. Japão, Hong Kong, Filipina e Tailândia são alguns dos países de aposta, a par dos Estados Unidos. “Percebemos que há mais mundo e mundo que não está em queda”, graceja Pedro Abrantes, dando nota de um esforço de reajuste e adaptação da coleção a este tipo de mercados.
Na feira de fevereiro, a marca apresentou as suas primeiras galochas injetadas (num misto de borracha e cortiça), cuja produção subcontratou precisamente à Procalçado, e agora, em setembro, está a lançar a sua linha de chinelos flip flop 100% injetados. “Nascemos com flip flops, diversificamos, e, nove anos depois, chegamos ao final do primeiro ciclo e decidimos investir dinheiro, tempo, know how e recursos para desenvolver aquilo que deu origem á empresa, melhorando a sua performance, e dando resposta aos pedidos do mercado”, explica Pedro Abrantes.
Quanto à linha sneakers, lançada em 2019, Pedro assume que não foi o maior dos sucessos. “O mercado não está a absorver sneakers, a não ser os das grandes marcas, portanto, temos que ter a
No caso do impermeável, por exemplo, Portugal exportou este ano quase 2,9 milhões de pares de sapatos no valor de 30,7 milhões de euros. São 4,4 milhões de euros de euros a mais do que no período homólogo e 670 mil pares mais.
A questão é que cada sapato de couro foi vendido ao exterior com um preço médio de 35,14 euros, enquanto o impermeável foi de 10,7 euros, em média. Produtos diferentes para diferentes tipologias de clientes e de usos.
A Lemon Jelly é a marca portuguesa de calçado impermeável mais conhecida e pertence ao grupo Procalçado que, produz solas, e que aproveitou o know how que já detinha na área para evoluir para o calçado injetado, primeiro no segmento profissional, com a marca Wock, e mais tarde na moda.
Esta é uma das 40 empresas portuguesas de calçado e de artigos de pele que, desde domingo, estão em Milão a participar na Micam, a mais importante feira do setor, e José Pinto, CEO do grupo, falou ao Dinheiro Vivo sobre o momento “desafiante” que a indústria vive.
“Fora da Europa continuamos a crescer, na Europa há uma retração no consumo. A moda é a área em que isso se sente mais, nas outras áreas temos mantido taxas de crescimento mais estáveis”, assegura.
A estagnação do mercado europeu levou a Lemon Jelly a apostar, de forma cada vez mais forte, nos mercados asiáticos, a par do reforço nos EUA e Canadá. Além disso, a marca está a entrar em segmentos novos, testando artigos novos na sua linha de acessórios, como óculos de sol, ponchos, etc. Para 2025, José Pinto diz sentir já “alguns pequenos sinais de retoma”, mas alavancado sobretudo pelos novos mercados, e não tanto pela 'velha' Europa.
As Portuguesas, a marca de calçado de cortiça criada por Pedro Abrantes em parceria com o grupo Amorim e à qual se juntou, depois, a Kyaia, que tem a seu cargo a produção, está também apostar nos mercados asiáticos. Japão, Hong Kong, Filipina e Tailândia são alguns dos países de aposta, a par dos Estados Unidos. “Percebemos que há mais mundo e mundo que não está em queda”, graceja Pedro Abrantes, dando nota de um esforço de reajuste e adaptação da coleção a este tipo de mercados.
Na feira de fevereiro, a marca apresentou as suas primeiras galochas injetadas (num misto de borracha e cortiça), cuja produção subcontratou precisamente à Procalçado, e agora, em setembro, está a lançar a sua linha de chinelos flip flop 100% injetados. “Nascemos com flip flops, diversificamos, e, nove anos depois, chegamos ao final do primeiro ciclo e decidimos investir dinheiro, tempo, know how e recursos para desenvolver aquilo que deu origem á empresa, melhorando a sua performance, e dando resposta aos pedidos do mercado”, explica Pedro Abrantes.
Quanto à linha sneakers, lançada em 2019, Pedro assume que não foi o maior dos sucessos. “O mercado não está a absorver sneakers, a não ser os das grandes marcas, portanto, temos que ter a
humildade de dar dois passos atrás, para voltar depois a crescer”, sustenta. Depois de em 2023 ter registado uma quebra de vendas, as Portuguesas esperam, este ano, crescer 10%, fruto do “enorme investimento” feito em promoção, investigação e desenvolvimento, novos produtos e feiras em novos mercados. “Não se pode esperar crescer sem investir”, lembra.
De regresso à Micam depois de quase dez anos de ausência está a Alabama, empresa de Vizela que produz calçado de homem e senhora e que aqui expõe com a marca 'Velvet Red'. Países Baixos, Dinamarca, França, Espanha e EUA são alguns dos países para que venda, mas a “falta de trabalho” ditou o regresso a Milão em busca de novos contactos e novos clientes, admite Miguel Silva, criador da coleção.
Também a UAU!, da Passodado, lda, está na feira pela primeira vez após a pandemia. Vem em busca de novos mercados e do reforço da internacionalização da empresa. “Portugal tem estado um bocadinho 'morto' e queremos melhorar as nossas vendas para o estrangeiro e a Micam é uma sala de exposição para o mundo”, diz Vítor Frazão, gerente da empresa da Batalha.
Já a MLV é a primeira vez que se apresenta em Milão. A empresa familiar de Santa Maria da Feira vai já na terceira geração, mas vende 90% do que faz em Portugal. “Precisamos de internacionalizar porque o mercado interno começa a encurtar”, admite Pedro Vieira que tem a ambição de, em 2025, conseguir já que as vendas ao exterior pesem, no mínimo, 25% da faturação. Tem já assegurado um distribuidor no Canadá e procura agentes na Europa.
De regresso à Micam depois de quase dez anos de ausência está a Alabama, empresa de Vizela que produz calçado de homem e senhora e que aqui expõe com a marca 'Velvet Red'. Países Baixos, Dinamarca, França, Espanha e EUA são alguns dos países para que venda, mas a “falta de trabalho” ditou o regresso a Milão em busca de novos contactos e novos clientes, admite Miguel Silva, criador da coleção.
Também a UAU!, da Passodado, lda, está na feira pela primeira vez após a pandemia. Vem em busca de novos mercados e do reforço da internacionalização da empresa. “Portugal tem estado um bocadinho 'morto' e queremos melhorar as nossas vendas para o estrangeiro e a Micam é uma sala de exposição para o mundo”, diz Vítor Frazão, gerente da empresa da Batalha.
Já a MLV é a primeira vez que se apresenta em Milão. A empresa familiar de Santa Maria da Feira vai já na terceira geração, mas vende 90% do que faz em Portugal. “Precisamos de internacionalizar porque o mercado interno começa a encurtar”, admite Pedro Vieira que tem a ambição de, em 2025, conseguir já que as vendas ao exterior pesem, no mínimo, 25% da faturação. Tem já assegurado um distribuidor no Canadá e procura agentes na Europa.
Depois da Coreia do Sul, onde o setor esteve, recentemente, a dar-se a conhecer, o plano de promoção internacional da APICCAPS contempla o regresso ao Japão, país que, por questões cambiais, se tornou desinteressante nos últimos anos, mas que a indústria espera poder retomar a abordagem em 2025. Os países árabes são também alvo, estando por definir se a abordagem passará por uma iniciativa no Dubai ou na Arábia Saudita. A candidatura do plano de internacionalização do calçado para 2025 foi já submetida, prevendo um investimento de 10 milhões de euros e o envolvimento de 100 empresas em 45 ações em 14 mercados distintos.
* A jornalista viajou a convite da APICCAPS