O tema da sustentabilidade remete automaticamente para as energias renováveis. Esta ligação é natural. Sabemos que as alterações climáticas são uma consequência do impacto dos gases com efeito de estufa. Estes podem advir de várias fontes, mas é o dióxido de carbono (CO2 ) que mais contribui. As energias renováveis têm um papel vital na transformação dos sistemas energéticos mundiais. Isto representa uma oportunidade, embora o processo não seja fácil nem imune a desafios. Portugal é um interessante estudo de caso.
O aquecimento global ocorre porque há demasiado carbono a ser adicionado à atmosfera. Estima-se que mais de 75 por cento das emissões globais de gases com efeito de estufa e quase 90 por cento de todas as emissões de dióxido de carbono resultem de queimar combustíveis fósseis como o carvão, o petróleo e o gás. O dióxido de carbono (CO2 ) é o que mais contribui por ficar retido na atmosfera durante mais tempo, com o metano em segundo lugar, pelo que uma diminuição nestas emissões terá um efeito de mitigação das alterações climáticas.
A história demonstra que rápidos níveis de crescimento económico só se alcançam com grandes aumentos no consumo de energia per capita. O setor energético é a maior causa de poluição ambiental, o que acarreta também questões de saúde a que os Estados têm de responder. A questão, portanto, é a de como conciliar a garantia de crescimento económico e de desenvolvimento humano (que pressupõe mais eletricidade, transporte, aquecimento para mais população) com a redução das emissões para níveis seguros. O desafio é descarbonizar os sistemas energéticos atuais e produzir cada vez mais energia descarbonizada. O desafio é, portanto, o da transição energética para modelos mais baseados em energias “limpas”.
Por Andrea Valente e Isabel Marques, Grupo de Trabalho ESG da AICEP