Se os vários riscos para a economia da Europa não se materializarem, Portugal deverá continuar a crescer acima da União Europeia (UE) até 2026, num ciclo de convergência económica superior ao estimado para a maioria dos Estados-membros.
Nas Previsões Económicas de Outono, divulgadas na semana passada, a Comissão Europeia estima que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, quase mais do dobro do que o esperado para a UE (0,9%) A confirmar-se, este será o terceiro ano consecutivo em que o PIB português cresce acima do da média dos 27 Estados- membros. E a expectativa da Comissão é que a convergência se mantenha pelo menos até 2026, com alguma margem. De acordo com previsões de Bruxelas, a economia portuguesa pode crescer 1,9% em 2025 e 2,1% no ano seguinte, em ambos os casos acima do esperado para a média da UE (1,5% e 1,8%, respetivamente).
Apesar do abrandamento esperado este ano (em 2023 a economia nacional cresceu 2,5%), Bruxelas espera que a procura interna puxe por uma ligeira aceleração da economia nos próximos dois anos. "O consumo privado deve continuar a beneficiar do crescimento real dos salários e prevê-se uma aceleração da execução do Plano de Recuperação e Resiliência(PRR) que promova o investimento", justifica o executivo comunitário. Já o turismo deve ter um menor peso para o crescimento do que nos anos anteriores, embora continue a ser um fator de crescimento importante, explica a Comissão.
Se estas previsões se materializarem, a economia portuguesa terá um ciclo de convergência ininterrupto de cinco anos - superior ao esperado para a maioria dos Estados-membros. Aliás, segundo um levantamento que o Negócios fez com base nas Previsões de Outono, a Comissão espera que apenas sete países tenham ciclos de convergência superiores ao de Portugal: Bulgária, Dinamarca, Grécia, Espanha, Croácia, Chipre e Malta
Os números do Eurostat mostram que a economia portuguesa está a crescer acima da média da UE desde 2016, se se excluírem os dois anos da pandemia de covid -19. As previsões de Bruxelas apontam, assim, para um período de convergência de praticamente dez anos (excluindo os anos de 2020 e 2021, em que a economia portuguesa sofreu mais do que a média da UE coma covid-19).
Apesar de existir convergência, os ganhos não são muito significativos. Ou seja, pelas contas do Negócios, entre 2016 e 2020, Portugal cresceu ao mesmo ritmo, em média, que a UE, 0,6%. No período entre 2020 e 2023 cresceu acima (com a economia a ser menos
penalizada pela guerra na Ucrânia) e a expectativa da Comissão é que cresça 1,5 pontos acima da média da UE entre 2024 e 2026.
Mas este valor fica abaixo dos "campeões" da convergência europeia. Malta, por exemplo, que converge com a UE pelo menos desde 2012 sem qualquer interrupção, terá um ritmo de crescimento 9,4 pontos percentuais acima da média entre 2024 e 2026. São 14 os países cuja convergência será, pelas contas da Comissão, mais acentuada do que a prevista para Portugal neste período. Destaque, novamente, para o Chipre e a Bulgária. Malta, Croácia e Chipre são os países que, precisamente, a Comissão mais vê crescer neste ano e nos dois próximos.
Incerteza e riscos crescem
No entanto, a Comissão Europeia fez questão de sublinhar que, nestas previsões, os riscos negativos e a incerteza aumentaram muito - ou seja, a economia da UE e dos Estados-membros pode crescer abaixo do previsto.
Numa intervenção para apresentar as previsões, o comissário com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni, começou por dizer que "depois da estagnação de 2023, a economia europeia está a crescer outra vez, a caminho da famosa 'aterragem suave'. E deve acelerar nos próximos dois anos".
Mas depois, fez questão de frisar que "o crescimento continua modesto e exposto a riscos negativos importantes", relacionados sobretudo com a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente.
No entanto, Gentiloni disse que em causa está também a aplicação de novas tarifas sobre os produtos europeus, uma menor execução do PRR, um aumento da poupança que trave o consumo das famílias e, tal como o Negócios escreveu, as novas regras europeias.
Nas Previsões Económicas de Outono, divulgadas na semana passada, a Comissão Europeia estima que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, quase mais do dobro do que o esperado para a UE (0,9%) A confirmar-se, este será o terceiro ano consecutivo em que o PIB português cresce acima do da média dos 27 Estados- membros. E a expectativa da Comissão é que a convergência se mantenha pelo menos até 2026, com alguma margem. De acordo com previsões de Bruxelas, a economia portuguesa pode crescer 1,9% em 2025 e 2,1% no ano seguinte, em ambos os casos acima do esperado para a média da UE (1,5% e 1,8%, respetivamente).
Apesar do abrandamento esperado este ano (em 2023 a economia nacional cresceu 2,5%), Bruxelas espera que a procura interna puxe por uma ligeira aceleração da economia nos próximos dois anos. "O consumo privado deve continuar a beneficiar do crescimento real dos salários e prevê-se uma aceleração da execução do Plano de Recuperação e Resiliência(PRR) que promova o investimento", justifica o executivo comunitário. Já o turismo deve ter um menor peso para o crescimento do que nos anos anteriores, embora continue a ser um fator de crescimento importante, explica a Comissão.
Se estas previsões se materializarem, a economia portuguesa terá um ciclo de convergência ininterrupto de cinco anos - superior ao esperado para a maioria dos Estados-membros. Aliás, segundo um levantamento que o Negócios fez com base nas Previsões de Outono, a Comissão espera que apenas sete países tenham ciclos de convergência superiores ao de Portugal: Bulgária, Dinamarca, Grécia, Espanha, Croácia, Chipre e Malta
Os números do Eurostat mostram que a economia portuguesa está a crescer acima da média da UE desde 2016, se se excluírem os dois anos da pandemia de covid -19. As previsões de Bruxelas apontam, assim, para um período de convergência de praticamente dez anos (excluindo os anos de 2020 e 2021, em que a economia portuguesa sofreu mais do que a média da UE coma covid-19).
Apesar de existir convergência, os ganhos não são muito significativos. Ou seja, pelas contas do Negócios, entre 2016 e 2020, Portugal cresceu ao mesmo ritmo, em média, que a UE, 0,6%. No período entre 2020 e 2023 cresceu acima (com a economia a ser menos
penalizada pela guerra na Ucrânia) e a expectativa da Comissão é que cresça 1,5 pontos acima da média da UE entre 2024 e 2026.
Mas este valor fica abaixo dos "campeões" da convergência europeia. Malta, por exemplo, que converge com a UE pelo menos desde 2012 sem qualquer interrupção, terá um ritmo de crescimento 9,4 pontos percentuais acima da média entre 2024 e 2026. São 14 os países cuja convergência será, pelas contas da Comissão, mais acentuada do que a prevista para Portugal neste período. Destaque, novamente, para o Chipre e a Bulgária. Malta, Croácia e Chipre são os países que, precisamente, a Comissão mais vê crescer neste ano e nos dois próximos.
Incerteza e riscos crescem
No entanto, a Comissão Europeia fez questão de sublinhar que, nestas previsões, os riscos negativos e a incerteza aumentaram muito - ou seja, a economia da UE e dos Estados-membros pode crescer abaixo do previsto.
Numa intervenção para apresentar as previsões, o comissário com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni, começou por dizer que "depois da estagnação de 2023, a economia europeia está a crescer outra vez, a caminho da famosa 'aterragem suave'. E deve acelerar nos próximos dois anos".
Mas depois, fez questão de frisar que "o crescimento continua modesto e exposto a riscos negativos importantes", relacionados sobretudo com a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente.
No entanto, Gentiloni disse que em causa está também a aplicação de novas tarifas sobre os produtos europeus, uma menor execução do PRR, um aumento da poupança que trave o consumo das famílias e, tal como o Negócios escreveu, as novas regras europeias.