Um dos setores mais dinâmicos no país, a saúde, continua a dar cartas lá fora e as exportações devem continuar a crescer este ano depois do recorde de 2023, apesar da conjuntura desfavorável.
Medicamentos e material cirúrgico dominam vendas numa área que emprega já mais de 400 mil pessoas e traz volume de negócios acima de 30 mil milhões, mas com ambição para mais.
Portugal registou 3,3 mil milhões de euros em exportações no ano passado, mais 36% do que no ano anterior e este ano, até outubro, regista um crescimento de 3%, deixando boas perspetivas para o final do ano. E nem o protecionismo dos EUA, um dos principais mercados para as empresas portuguesas, retira ambição ao setor, garante ao JE o diretor executivo do Health Cluster Portugal, Joaquim Cunha.
As exportações do setor continuam a subir este ano, contrariando a tendência externa nacional. Quais os principais motores desta evolução?
O crescimento contínuo das exportações no setor da saúde reflete a aposta sólida em inovação, qualidade e especialização. Estes mercados apresentam custos de entrada muito elevados, mas, uma vez lá, há uma certa fidelização. As empresas portuguesas têm levado a cabo investimentos significativos que resultam de uma estratégia consolidada de I&D, muitas vezes em parceria com universidades e centros de investigação, o que lhes tem permitido competir em mercados mais exigentes, conferindo-lhes uma capacidade de resposta ágil às necessidades globais e às novas tendências em saúde. Outro fator crucial é a reputação de Portugal como fornecedor de produtos e serviços de alta qualidade, com rigorosos padrões de segurança e eficácia.
O que significa esta resistência e capacidade de crescimento do sector num contexto internacional adverso?
O desempenho positivo é um indicador da competitividade global do setor, que combina uma forte aposta em inovação com uma visão estratégica de longo prazo. Acresce que as empresas de base portuguesa e, de uma forma geral, as que produzem em Portugal, perante um contínuo e penoso esmagamento de preços no mercado interno, que persiste há já vários anos, tiveram de se virar para o exterior, apostando na exportação. Para promover e potenciar o setor internacionalmente foi criada em 2020 a marca Health Portugal, que agrega produtos e serviços de organizações que operam na saúde em Portugal, desde logo com destaque para as empresas, mas onde se incluem, em crescendo, universidades, institutos de I&D e prestadores de cuidados. A Health Portugal tem promovido e ala- vancado o setor no mercado internacional, potenciando o seu crescimento além-fronteiras. Exemplo disso, e sob a sua chancela, soluções portuguesas inovadoras nas áreas da biotecnologia e smart health marcaram presença, este mês, nos mais relevantes palcos a nível internacional, como a MEDICA, em Dusseldorf, ou, pela primeira vez, a Bio-Europe, em Estocolmo.
Quais os objetivos para este ano e para o próximo em termos de exportações?
As exportações portuguesas de produtos da área da saúde atingiram um marco histórico em 2023, com o valor de 3,3 mil milhões de euros. Os dados mostram que a internacionalização do setor da saúde português tem vindo a evoluir favoravelmente nos últimos anos e não há razão para que não continue esta tendência. Este ano, de acordo com os dados que já se conhecem, tudo leva a crer que continuemos a observar crescimentos a dois dígitos.
Com o PRR a entrar na fase final (e de maior execução), que impactos poderão estes investimentos ter no setor da saúde?
No que ao cluster nacional da saúde diz respeito, o PRR teve duas abordagens. Uma, de carácter infraestrutural, essencialmente da responsabilidade da máquina do Estado e de agentes que gravitam na sua esfera, como as IPSS, e outra, orientada à promoção da inovação em produtos e serviços de saúde para o mercado global, a que responderam consórcios de empresas e entidades não empresariais do sistema de I&I (ENESII). A primeira, que, de algum modo, constituiu uma habilidade a que os nossos governos nos têm habituado e que passa por (re)orientar fundos comunitários para investimentos e despesas tipicamente do orçamento geral do Estado, frustrando a sua essência de caráter estratégico e reformador, temo que vá ter, além de baixa, uma execução desinteressante. A segunda, que foi materializada na aprovação de quatro agendas mobilizadoras, tenho fundadas esperanças de que possa operar uma rutura no ciclo da inovação da cadeia nacional da saúde, tornando-o mais efetivo e, sobretudo, orientado ao produto e aos exigentes mercados globais.
Como tem o HCP trabalhado nesta dimensão?
O HCP teve particulares responsabilidades no desenho e na montagem da Agenda Health from Portugal (HfPT) e integra, com mais 87 parceiros, o consórcio que lhe está a dar concretização. Está previsto que até final de 2025 sejam desenvolvidos 90 novos produtos e serviços em áreas chave para o que podemos chamar de nova saúde - mais inteligente, mais inclusiva, mais tecnológica, mais eficiente e mais eficaz, orientada ao cidadão e ao doente, com uma forte estruturação na prevenção e no acompanhamento da doença crónica.
Como se explica o desfasamento entre a performance do sector exportador da saúde e o da prestação de cuidados de saúde, em que o sistema de saúde público continua a enfrentar graves problemas?
Mesmo com todos os defeitos e as inúmeras necessidades de melhoria, mais do que diagnosticadas, o desempenho global do sistema nacional de saúde é bom e compara muito positivamente com os demais países que dispõem de ofertas de saúde nacionais e estruturadas, designadamente no contexto europeu. A nível nacional, não deixa de ser preocupante uma espécie de esquizofrenia latente que, em intervalos muito curtos, por vezes sem que haja alteração na tendência política que ocupa o governo, nos faz passar de uma retórica que nos procura convencer de que o que temos é o melhor do mundo para outra que nos pode fazer crer de que pior só mesmo no terceiro ou no quarto mundo. E este é, desde logo, o primeiro e grande ponto: enquanto utilizarmos este tema na espuma dos dias da guerrilha político-partidária, não vai ser fácil abordarmos o assunto de uma forma séria e estruturada, com medidas que não podem ser de curto prazo, e que têm de resultar de fortes consensos nacionais. Acresce que, a divisão ou separação entre o sistema prestador de cuidados de saúde e o cluster mais amplo que este integra é artificial. No HCP defendemos uma visão da saúde enquanto motor do desenvolvimento económico e social. É muito clara e evidente a interdependência sinergética entre o sistema nacional de prestação de cuidados e o cluster em que este está inserido, que se maximizam e retroalimentam mutuamente. A sustentabilidade do primeiro depende da competitividade do segundo e vice-versa.
Que avaliação fazem destes primeiros meses do novo Ministério da Saúde?
Na linha da resposta à questão anterior, parece evidente que o Ministério da Saúde se deixou envolver em demasia no que referi como a espuma dos dias, com a consequente falta de foco para o estrutural e o estratégico. Aparentemente não são visíveis, por certo, porque o nevoeiro que entretanto foi pousando esconde as preocupações com o cluster da saúde no seu todo e com a interdependência entre a componente que é custo e as dinâmicas que são receita. Além do comportamento já referido para as exportações, cerca de 10% da população ativa trabalha em áreas da saúde ou com ela relacionada contribuindo para muito perto de 10% do PIB nacional.
Que impacto poderá a política protecionista de Trump ter no sector, considerando a importância do mercado norte-americano?
Em termos do mercado global da saúde, os EUA valem quase tanto como o resto do mundo e também por isso são um parceiro comercial muito relevante. No caso de Portugal, trata-se de um dos principais destinos das nossas exportações nesta área. Sem prejuízo de ser obviamente um tema a acompanhar com toda a atenção, julgo que vai ser necessário esperar pela tomada de posse da nova administração e pelas ações e medidas que possa vir a tomar.
Em sentido inverso, cada vez mais americanos privilegiam Europa e Portugal, em parte, pela acessibilidade e qualidade dos cuidados de saúde. Como veem Portugal a inserir-se nesta dinâmica nos próximos anos?
A transformação da prestação de cuidados de saúde num serviço transacionável, no sentido utilizado pelos economistas, é tendência que parece ter caminho, apesar da forte tradição e cultura de proximidade que ainda caracteriza esta realidade, onde os modelos de financiamento, designadamente no quadro dos serviços nacionais de saúde, são uma importante condicionante. Também designado por medical tourism ou medical travel, esta dinâmica começa a estar na ordem do dia, ainda que a sua análise mereça particulares cuidados uma vez que boa parte dos números que vão estando disponíveis para quantificar este mercado são, na sua maioria, de fiabilidade duvidosa. Por outro lado, é bem verdade que o mercado dos EUA, pela sua dimensão, pelo poder de compra dos seus cidadãos, pela ausência de um sistema nacional de saúde geral, universal e tendencialmente gratuito - como ocorre na maioria dos países europeus -, configura um potencial apreciável neste domínio a que o nosso país deverá dar a devida atenção. Reforça esta apreciação o facto de Portugal ter entrado nos anos mais recentes, de forma significativa, nas opções de destino dos norte americanos, não só para férias, mas também para estadas prologadas. A saúde como a conhecemos hoje está, como já referido, em grandes e profundas alterações, que vão acentuar- -se fortemente nos anos mais próximos levando-nos, possivelmente, a um quadro muito diferente daqui a uma ou duas décadas. Nessa mudança, a tecnologia terá um papel chave e fundamental que permitirá, entre muitas outras vantagens, encurtar distâncias entre médico e doente e assegurar que cada um de nós possa estar a ser permanentemente monitorizado. Esta visão que já tem muito pouco de futurista, porque a começamos a ver e sabemos que é possível, é válida num contexto de uma cidade, de um país ou de um continente e, assim, poderá amortecer as resistências geográficas à exportação de serviços de prestação de cuidados de saúde.
Setor em números
Exportações 3,3 milhões de euros em 2023, mais 36% do que no ano anterior (indicador tem crescido 15% ao ano, em média, desde 2019).
Volume de negócios 34 mil
milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 12 mil milhões de euros ao ano.
Por categoria
Medicamentos exportados chegaram a 2.838 milhões de euros; material médico-cirúrgico alcançou os 481 milhões.
Medicamentos e material cirúrgico dominam vendas numa área que emprega já mais de 400 mil pessoas e traz volume de negócios acima de 30 mil milhões, mas com ambição para mais.
Portugal registou 3,3 mil milhões de euros em exportações no ano passado, mais 36% do que no ano anterior e este ano, até outubro, regista um crescimento de 3%, deixando boas perspetivas para o final do ano. E nem o protecionismo dos EUA, um dos principais mercados para as empresas portuguesas, retira ambição ao setor, garante ao JE o diretor executivo do Health Cluster Portugal, Joaquim Cunha.
As exportações do setor continuam a subir este ano, contrariando a tendência externa nacional. Quais os principais motores desta evolução?
O crescimento contínuo das exportações no setor da saúde reflete a aposta sólida em inovação, qualidade e especialização. Estes mercados apresentam custos de entrada muito elevados, mas, uma vez lá, há uma certa fidelização. As empresas portuguesas têm levado a cabo investimentos significativos que resultam de uma estratégia consolidada de I&D, muitas vezes em parceria com universidades e centros de investigação, o que lhes tem permitido competir em mercados mais exigentes, conferindo-lhes uma capacidade de resposta ágil às necessidades globais e às novas tendências em saúde. Outro fator crucial é a reputação de Portugal como fornecedor de produtos e serviços de alta qualidade, com rigorosos padrões de segurança e eficácia.
O que significa esta resistência e capacidade de crescimento do sector num contexto internacional adverso?
O desempenho positivo é um indicador da competitividade global do setor, que combina uma forte aposta em inovação com uma visão estratégica de longo prazo. Acresce que as empresas de base portuguesa e, de uma forma geral, as que produzem em Portugal, perante um contínuo e penoso esmagamento de preços no mercado interno, que persiste há já vários anos, tiveram de se virar para o exterior, apostando na exportação. Para promover e potenciar o setor internacionalmente foi criada em 2020 a marca Health Portugal, que agrega produtos e serviços de organizações que operam na saúde em Portugal, desde logo com destaque para as empresas, mas onde se incluem, em crescendo, universidades, institutos de I&D e prestadores de cuidados. A Health Portugal tem promovido e ala- vancado o setor no mercado internacional, potenciando o seu crescimento além-fronteiras. Exemplo disso, e sob a sua chancela, soluções portuguesas inovadoras nas áreas da biotecnologia e smart health marcaram presença, este mês, nos mais relevantes palcos a nível internacional, como a MEDICA, em Dusseldorf, ou, pela primeira vez, a Bio-Europe, em Estocolmo.
Quais os objetivos para este ano e para o próximo em termos de exportações?
As exportações portuguesas de produtos da área da saúde atingiram um marco histórico em 2023, com o valor de 3,3 mil milhões de euros. Os dados mostram que a internacionalização do setor da saúde português tem vindo a evoluir favoravelmente nos últimos anos e não há razão para que não continue esta tendência. Este ano, de acordo com os dados que já se conhecem, tudo leva a crer que continuemos a observar crescimentos a dois dígitos.
Com o PRR a entrar na fase final (e de maior execução), que impactos poderão estes investimentos ter no setor da saúde?
No que ao cluster nacional da saúde diz respeito, o PRR teve duas abordagens. Uma, de carácter infraestrutural, essencialmente da responsabilidade da máquina do Estado e de agentes que gravitam na sua esfera, como as IPSS, e outra, orientada à promoção da inovação em produtos e serviços de saúde para o mercado global, a que responderam consórcios de empresas e entidades não empresariais do sistema de I&I (ENESII). A primeira, que, de algum modo, constituiu uma habilidade a que os nossos governos nos têm habituado e que passa por (re)orientar fundos comunitários para investimentos e despesas tipicamente do orçamento geral do Estado, frustrando a sua essência de caráter estratégico e reformador, temo que vá ter, além de baixa, uma execução desinteressante. A segunda, que foi materializada na aprovação de quatro agendas mobilizadoras, tenho fundadas esperanças de que possa operar uma rutura no ciclo da inovação da cadeia nacional da saúde, tornando-o mais efetivo e, sobretudo, orientado ao produto e aos exigentes mercados globais.
Como tem o HCP trabalhado nesta dimensão?
O HCP teve particulares responsabilidades no desenho e na montagem da Agenda Health from Portugal (HfPT) e integra, com mais 87 parceiros, o consórcio que lhe está a dar concretização. Está previsto que até final de 2025 sejam desenvolvidos 90 novos produtos e serviços em áreas chave para o que podemos chamar de nova saúde - mais inteligente, mais inclusiva, mais tecnológica, mais eficiente e mais eficaz, orientada ao cidadão e ao doente, com uma forte estruturação na prevenção e no acompanhamento da doença crónica.
Como se explica o desfasamento entre a performance do sector exportador da saúde e o da prestação de cuidados de saúde, em que o sistema de saúde público continua a enfrentar graves problemas?
Mesmo com todos os defeitos e as inúmeras necessidades de melhoria, mais do que diagnosticadas, o desempenho global do sistema nacional de saúde é bom e compara muito positivamente com os demais países que dispõem de ofertas de saúde nacionais e estruturadas, designadamente no contexto europeu. A nível nacional, não deixa de ser preocupante uma espécie de esquizofrenia latente que, em intervalos muito curtos, por vezes sem que haja alteração na tendência política que ocupa o governo, nos faz passar de uma retórica que nos procura convencer de que o que temos é o melhor do mundo para outra que nos pode fazer crer de que pior só mesmo no terceiro ou no quarto mundo. E este é, desde logo, o primeiro e grande ponto: enquanto utilizarmos este tema na espuma dos dias da guerrilha político-partidária, não vai ser fácil abordarmos o assunto de uma forma séria e estruturada, com medidas que não podem ser de curto prazo, e que têm de resultar de fortes consensos nacionais. Acresce que, a divisão ou separação entre o sistema prestador de cuidados de saúde e o cluster mais amplo que este integra é artificial. No HCP defendemos uma visão da saúde enquanto motor do desenvolvimento económico e social. É muito clara e evidente a interdependência sinergética entre o sistema nacional de prestação de cuidados e o cluster em que este está inserido, que se maximizam e retroalimentam mutuamente. A sustentabilidade do primeiro depende da competitividade do segundo e vice-versa.
Que avaliação fazem destes primeiros meses do novo Ministério da Saúde?
Na linha da resposta à questão anterior, parece evidente que o Ministério da Saúde se deixou envolver em demasia no que referi como a espuma dos dias, com a consequente falta de foco para o estrutural e o estratégico. Aparentemente não são visíveis, por certo, porque o nevoeiro que entretanto foi pousando esconde as preocupações com o cluster da saúde no seu todo e com a interdependência entre a componente que é custo e as dinâmicas que são receita. Além do comportamento já referido para as exportações, cerca de 10% da população ativa trabalha em áreas da saúde ou com ela relacionada contribuindo para muito perto de 10% do PIB nacional.
Que impacto poderá a política protecionista de Trump ter no sector, considerando a importância do mercado norte-americano?
Em termos do mercado global da saúde, os EUA valem quase tanto como o resto do mundo e também por isso são um parceiro comercial muito relevante. No caso de Portugal, trata-se de um dos principais destinos das nossas exportações nesta área. Sem prejuízo de ser obviamente um tema a acompanhar com toda a atenção, julgo que vai ser necessário esperar pela tomada de posse da nova administração e pelas ações e medidas que possa vir a tomar.
Em sentido inverso, cada vez mais americanos privilegiam Europa e Portugal, em parte, pela acessibilidade e qualidade dos cuidados de saúde. Como veem Portugal a inserir-se nesta dinâmica nos próximos anos?
A transformação da prestação de cuidados de saúde num serviço transacionável, no sentido utilizado pelos economistas, é tendência que parece ter caminho, apesar da forte tradição e cultura de proximidade que ainda caracteriza esta realidade, onde os modelos de financiamento, designadamente no quadro dos serviços nacionais de saúde, são uma importante condicionante. Também designado por medical tourism ou medical travel, esta dinâmica começa a estar na ordem do dia, ainda que a sua análise mereça particulares cuidados uma vez que boa parte dos números que vão estando disponíveis para quantificar este mercado são, na sua maioria, de fiabilidade duvidosa. Por outro lado, é bem verdade que o mercado dos EUA, pela sua dimensão, pelo poder de compra dos seus cidadãos, pela ausência de um sistema nacional de saúde geral, universal e tendencialmente gratuito - como ocorre na maioria dos países europeus -, configura um potencial apreciável neste domínio a que o nosso país deverá dar a devida atenção. Reforça esta apreciação o facto de Portugal ter entrado nos anos mais recentes, de forma significativa, nas opções de destino dos norte americanos, não só para férias, mas também para estadas prologadas. A saúde como a conhecemos hoje está, como já referido, em grandes e profundas alterações, que vão acentuar- -se fortemente nos anos mais próximos levando-nos, possivelmente, a um quadro muito diferente daqui a uma ou duas décadas. Nessa mudança, a tecnologia terá um papel chave e fundamental que permitirá, entre muitas outras vantagens, encurtar distâncias entre médico e doente e assegurar que cada um de nós possa estar a ser permanentemente monitorizado. Esta visão que já tem muito pouco de futurista, porque a começamos a ver e sabemos que é possível, é válida num contexto de uma cidade, de um país ou de um continente e, assim, poderá amortecer as resistências geográficas à exportação de serviços de prestação de cuidados de saúde.
Setor em números
Exportações 3,3 milhões de euros em 2023, mais 36% do que no ano anterior (indicador tem crescido 15% ao ano, em média, desde 2019).
Volume de negócios 34 mil
milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 12 mil milhões de euros ao ano.
Por categoria
Medicamentos exportados chegaram a 2.838 milhões de euros; material médico-cirúrgico alcançou os 481 milhões.