O défice acumulado da balança comercial de bens portuguesa diminuiu 4% até setembro, com as exportações a registarem um crescimento superior ao das importações.
Essa melhoria é explicada sobretudo por uma redução significativa das importações de combustíveis. Sem essa diminuição, o défice comercial agravava-se nos primeiros nove meses do ano.
Os cálculos do Negócios feitos com base nos dados do comércio internacional divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, até setembro, as exportações portuguesas de bens aumentaram 2,2%, em termos nominais (que não excluem o efeito da inflação), face a igual período do ano passado. Enquanto isso, as importações registaram um crescimento inferior: 0,7%.
Com as exportações a crescerem mais do que as importações, o saldo da balança comercial de bens diminuiu face a 2023.
Mas abalança continua a ser deficitária. Até setembro, o défice acumulado da balança comercial de bens foi de 19.731 milhões de euros. Isso é justificado pelo facto de terem sido exportados bens no valor total de 59.567 milhões entre janeiro e setembro, e importados bens no valor total de 79.299 milhões, quase mais 2 mil milhões. Porém, face aos -20.491 milhões contabilizados no ano anterior, o défice comercial diminuiu 664 milhões até setembro, face ao período homólogo.
No entanto, essa diminuição do défice comercial só foi possível graças à redução das importações portuguesas de combustíveis e lubrificantes, nomeadamente petróleo. Até setembro, as importações de combustíveis caíram 10,2%, para 8.454 milhões até setembro. Em igual período de 2023, o valor total de bens importados por Portugal foi de 9.415 milhões.
Sem considerar os combustíveis e lubrificantes, o défice comercial acumulado por Portugal até setembro, em vez de melhorar, agravou-se em 4,5%, passando para 15.517 milhões. Esse agravamento é explicado pelo facto de, descontando as compras e vendas de combustíveis, se verificar um crescimento das importações superior ao das exportações: 2,1% de aumento no valor total importado face a 1,5% no total exportado.
Combustíveis importados caem até setembro
A principal queda nas importações de combustíveis e lubrificantes deu-se nos bens vindos de Espanha, que é o principal fornecedor nacional - é de lá que vem cerca de um quinto dos combustíveis que chegam a Portugal. As importações de combustíveis e lubrificantes espanhóis caíram 26,8% nos primeiros nove meses do ano. Também as importações vindas do Brasil perderam 14,6%.
Os dados do INE revelam também que Portugal deixou de comprar combustíveis e lubrificantes a países como o Congo, Guiné, Islândia, República Democrática do Congo, Gana e Singapura. Já as compras de combustíveis vindos dos Emirados Árabes Unidos tiveram uma queda superior a 90%.
Em sentido contrário, as exportações portuguesas de combustíveis - embora menos significativas - aumentaram 12,3% para 4.239 milhões de euros até setembro, com os Estados Unidos a destacarem-se como principal destino desse tipo de bens vendidos por Portugal.
Isoladamente, a componente de combustíveis e lubrificantes representou um quinto do défice comercial acumulado até setembro (21,4%).
Depois de os preços do petróleo terem penalizado as trocas comerciais no ano passado, Portugal tem estado a beneficiar de uma redução dos preços, sobretudo nas importações. Por exemplo, em setembro, o preço por cada bem importado diminuiu 4,2%. No entanto, excluindo dessa análise os combustíveis e lubrificantes, registou-se um aumento de 3%.
Até setembro, Portugal exportou um total acumulado de 7,4 mil milhões de euros em bens para a Alemanha O montante é já superior ao total exportado para França nos primeiros nove meses do ano, o que significa que, a manter-se esta tendência, a Alemanha deverá superar a França como principal destino das exportações portuguesas de bens, ficando apenas atrás de Espanha.
Há uma década que não há mexidas no top 3 de principais clientes portugueses, mas este ano pode haver novidades. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações nacionais de bens para a Alemanha aumentaram, face ao ano passado, 18,8% até setembro, em termos nominais. Este foi o maior acréscimo registado entre a globalidade das exportações nacionais, cujo crescimento homólogo foi de 2,2%.
Ao todo, foram exportados 7.498 milhões de euros em bens nacionais para a maior economia europeia O valor compara com 7.324 milhões exportados para França em igual período, o que significa que, até setembro, foi exportado um maior valor em bens para a Alemanha do que França Caso esta dinâmica se mantenha, a Alemanha pode recuperar o segundo lugar como maior destino das exportações nacionais, algo que não acontece desde 2014.
Esse maior dinamismo nas exportações portuguesas de bens para a Alemanha é explicado sobretudo pelo aumento das vendas de medicamentos (com um aumento de superior a 3000%), automóveis, calçado, drones, bicicletas, papel, cortiça, têxteis e legumes.
Um dos setores onde o crescimento das vendas para a Alemanha coincide com uma
quebra nas exportações com destino a França é o automóvel. Nos primeiros nove meses do ano, as exportações de veículos automóveis para o mercado germânico cresceram 15%, permitindo aeste país reforçar o estatuto de maior cliente português, com 22,4% do total. França, por seu turno, registou uma quebra de 22,6% nas compras de viaturas às fábricas portuguesas, sendo mesmo ultrapassada por Itália como segundo destino. O mercado gaulês passou de um peso de 15,1% para 11,5%.
Na indústria de componentes automóveis, os dados até agosto mostram um crescimento de 3,3% nas vendas à Alemanha e uma quebra de 26,3% no caso de França.
Em sentido contrário, as exportações de bens para França - que durante anos foi o segundo maior cliente dos bens nacionais - caíram 5,4% até setembro. Além do setor automóvel, as principais quedas deram-se no calçado, têxteis, papel e cigarros.
Após pressão da oposição e da sua própria coligação governativa, o chanceler alemão Olaf Scholz admitiu a possibilidade de se apresentar a uma moção de confiança ainda antes do Natal - abrindo aporta a, caso seja rejeitada, eleições antecipadas mais cedo.
Depois de anunciar o afastamento do ministro das Finanças - colocando em risco a coligação tripartidária -, Scholz indicou que iria apresentar a moção a 15 de janeiro, o que empurraria as eleições para março. "Não estou agarrado ao cargo", disse numa entrevista à televisão ARD, citada pela Reuters. "Para mim não há qualquer problema em apresentar uma moção de confiança antes do Natal", indicando que a data está dependente de um acordo entre o presidente do grupo parlamentar do SPD, Rolf Mutzenich, e o líder da oposição Friedrich Merz (CDU).
A incerteza quanto ao calendário eleitoral levou os deputados a cancelarem esta segunda- -feira uma reunião orçamental considerada crucial: a última reunião da comissão parlamentar do Orçamento. A decisão faz adiar o Orçamento do Estado para 2025, numa altura em que a Alemanha tenta evitar uma recessão.
O anúncio do afastamento do ministro das Finanças surgiu após uma reunião dos líderes dos três partidos - o SPD, de Scholz, o FDP e os Verdes - durante a qual Christian Lindner disse ao líder do Governo que não via forma de a coligação prosseguir, apontando eleições antecipadas. Em causa estão divergências sobre reformas económicas que se acentuaram com a publicação de um manifesto do FDP exigindo reformas liberais que dificilmente poderão ser aceites pelos parceiros de coligação.
As eleições alemãs estão marcadas para 28 de setembro de 2025, mas a moção de confiança, caso seja rejeitada, fará antecipar o calendário.
Essa melhoria é explicada sobretudo por uma redução significativa das importações de combustíveis. Sem essa diminuição, o défice comercial agravava-se nos primeiros nove meses do ano.
Os cálculos do Negócios feitos com base nos dados do comércio internacional divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, até setembro, as exportações portuguesas de bens aumentaram 2,2%, em termos nominais (que não excluem o efeito da inflação), face a igual período do ano passado. Enquanto isso, as importações registaram um crescimento inferior: 0,7%.
Com as exportações a crescerem mais do que as importações, o saldo da balança comercial de bens diminuiu face a 2023.
Mas abalança continua a ser deficitária. Até setembro, o défice acumulado da balança comercial de bens foi de 19.731 milhões de euros. Isso é justificado pelo facto de terem sido exportados bens no valor total de 59.567 milhões entre janeiro e setembro, e importados bens no valor total de 79.299 milhões, quase mais 2 mil milhões. Porém, face aos -20.491 milhões contabilizados no ano anterior, o défice comercial diminuiu 664 milhões até setembro, face ao período homólogo.
No entanto, essa diminuição do défice comercial só foi possível graças à redução das importações portuguesas de combustíveis e lubrificantes, nomeadamente petróleo. Até setembro, as importações de combustíveis caíram 10,2%, para 8.454 milhões até setembro. Em igual período de 2023, o valor total de bens importados por Portugal foi de 9.415 milhões.
Sem considerar os combustíveis e lubrificantes, o défice comercial acumulado por Portugal até setembro, em vez de melhorar, agravou-se em 4,5%, passando para 15.517 milhões. Esse agravamento é explicado pelo facto de, descontando as compras e vendas de combustíveis, se verificar um crescimento das importações superior ao das exportações: 2,1% de aumento no valor total importado face a 1,5% no total exportado.
Combustíveis importados caem até setembro
A principal queda nas importações de combustíveis e lubrificantes deu-se nos bens vindos de Espanha, que é o principal fornecedor nacional - é de lá que vem cerca de um quinto dos combustíveis que chegam a Portugal. As importações de combustíveis e lubrificantes espanhóis caíram 26,8% nos primeiros nove meses do ano. Também as importações vindas do Brasil perderam 14,6%.
Os dados do INE revelam também que Portugal deixou de comprar combustíveis e lubrificantes a países como o Congo, Guiné, Islândia, República Democrática do Congo, Gana e Singapura. Já as compras de combustíveis vindos dos Emirados Árabes Unidos tiveram uma queda superior a 90%.
Em sentido contrário, as exportações portuguesas de combustíveis - embora menos significativas - aumentaram 12,3% para 4.239 milhões de euros até setembro, com os Estados Unidos a destacarem-se como principal destino desse tipo de bens vendidos por Portugal.
Isoladamente, a componente de combustíveis e lubrificantes representou um quinto do défice comercial acumulado até setembro (21,4%).
Depois de os preços do petróleo terem penalizado as trocas comerciais no ano passado, Portugal tem estado a beneficiar de uma redução dos preços, sobretudo nas importações. Por exemplo, em setembro, o preço por cada bem importado diminuiu 4,2%. No entanto, excluindo dessa análise os combustíveis e lubrificantes, registou-se um aumento de 3%.
Até setembro, Portugal exportou um total acumulado de 7,4 mil milhões de euros em bens para a Alemanha O montante é já superior ao total exportado para França nos primeiros nove meses do ano, o que significa que, a manter-se esta tendência, a Alemanha deverá superar a França como principal destino das exportações portuguesas de bens, ficando apenas atrás de Espanha.
Há uma década que não há mexidas no top 3 de principais clientes portugueses, mas este ano pode haver novidades. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações nacionais de bens para a Alemanha aumentaram, face ao ano passado, 18,8% até setembro, em termos nominais. Este foi o maior acréscimo registado entre a globalidade das exportações nacionais, cujo crescimento homólogo foi de 2,2%.
Ao todo, foram exportados 7.498 milhões de euros em bens nacionais para a maior economia europeia O valor compara com 7.324 milhões exportados para França em igual período, o que significa que, até setembro, foi exportado um maior valor em bens para a Alemanha do que França Caso esta dinâmica se mantenha, a Alemanha pode recuperar o segundo lugar como maior destino das exportações nacionais, algo que não acontece desde 2014.
Esse maior dinamismo nas exportações portuguesas de bens para a Alemanha é explicado sobretudo pelo aumento das vendas de medicamentos (com um aumento de superior a 3000%), automóveis, calçado, drones, bicicletas, papel, cortiça, têxteis e legumes.
Um dos setores onde o crescimento das vendas para a Alemanha coincide com uma
quebra nas exportações com destino a França é o automóvel. Nos primeiros nove meses do ano, as exportações de veículos automóveis para o mercado germânico cresceram 15%, permitindo aeste país reforçar o estatuto de maior cliente português, com 22,4% do total. França, por seu turno, registou uma quebra de 22,6% nas compras de viaturas às fábricas portuguesas, sendo mesmo ultrapassada por Itália como segundo destino. O mercado gaulês passou de um peso de 15,1% para 11,5%.
Na indústria de componentes automóveis, os dados até agosto mostram um crescimento de 3,3% nas vendas à Alemanha e uma quebra de 26,3% no caso de França.
Em sentido contrário, as exportações de bens para França - que durante anos foi o segundo maior cliente dos bens nacionais - caíram 5,4% até setembro. Além do setor automóvel, as principais quedas deram-se no calçado, têxteis, papel e cigarros.
Após pressão da oposição e da sua própria coligação governativa, o chanceler alemão Olaf Scholz admitiu a possibilidade de se apresentar a uma moção de confiança ainda antes do Natal - abrindo aporta a, caso seja rejeitada, eleições antecipadas mais cedo.
Depois de anunciar o afastamento do ministro das Finanças - colocando em risco a coligação tripartidária -, Scholz indicou que iria apresentar a moção a 15 de janeiro, o que empurraria as eleições para março. "Não estou agarrado ao cargo", disse numa entrevista à televisão ARD, citada pela Reuters. "Para mim não há qualquer problema em apresentar uma moção de confiança antes do Natal", indicando que a data está dependente de um acordo entre o presidente do grupo parlamentar do SPD, Rolf Mutzenich, e o líder da oposição Friedrich Merz (CDU).
A incerteza quanto ao calendário eleitoral levou os deputados a cancelarem esta segunda- -feira uma reunião orçamental considerada crucial: a última reunião da comissão parlamentar do Orçamento. A decisão faz adiar o Orçamento do Estado para 2025, numa altura em que a Alemanha tenta evitar uma recessão.
O anúncio do afastamento do ministro das Finanças surgiu após uma reunião dos líderes dos três partidos - o SPD, de Scholz, o FDP e os Verdes - durante a qual Christian Lindner disse ao líder do Governo que não via forma de a coligação prosseguir, apontando eleições antecipadas. Em causa estão divergências sobre reformas económicas que se acentuaram com a publicação de um manifesto do FDP exigindo reformas liberais que dificilmente poderão ser aceites pelos parceiros de coligação.
As eleições alemãs estão marcadas para 28 de setembro de 2025, mas a moção de confiança, caso seja rejeitada, fará antecipar o calendário.