“Opotencial que temos nesta casa de crescimento e de internacionalização é gigante”, acredita Ricardo Ferreira, desde o início do ano o novo CEO da MG Food & Care, a área de produção da Casa Mendes Gonçalves.
A empresa da Golegã, dona das marcas Paladin ou Sacana, está a investir na unidade de produção para dar músculo às ambições de crescimento. Em 2027, contam ter uma nova unidade de produção dedicada a produtos como mostardas, maioneses ou ketchup. Nesse projeto estão a investir 40 milhões de euros. Com esta aposta, ganham mais de 6.700 metros quadrados na área nova, sendo que esta área será multiplicada por dois pisos, ou seja, mais de 13.000 metros quadrados no total. Mas já este ano investiram mais de 10 milhões de euros para aumentar a capacidade das atuais linhas de produção.
Em dois anos, querem duplicar as receitas de 56 milhões para 100 milhões de euros, muito também à conta da internacionalização das marcas. Marrocos é um dos mercados que deverão dar forte contributo para esse crescimento. “Marrocos vai ser um dos nossos maiores mercados internacionais”, acredita o responsável. Mas a mira está igualmente no mercado da saudade – onde, diz a empresa, tem muito por onde crescer –, mas também no Brasil, com uma escolha cuidada das categorias de entrada.
“Mas não vou num head to head com a Heinz, com a Hellman’s ou com a Unilever, que são fortíssimas, ou com todas as empresas de low cost no Brasil e trazer Paladin como mais uma no mercado. Mas com categorias específicas”, diz.
Hoje da fábrica da Golegã saem 1.480 produtos, dos quais 950 são private label – para empresas como a McDonald’s ou o Continente – e os restantes são das marcas da Mendes Gonçalves. A produção para terceiros representa hoje 70% da produção, mas Ricardo Ferreira quer dar maior gás às marcas da casa e, em dois anos, que seja 50-50. “Quero transformar o Sacana na marca mundial de piripiri”, aponta como ambição.
Em média, investem cinco milhões de euros em inovação e estão apostados em dar gás a uma nova área: a MG Ventures, para também investir no ecossistema de startups.
E o que deve ser feito para acelerar a economia nacional? “Portugal precisa de valorizar o poder de compra do português. Fazendo isso, entramos numa espiral positiva e não numa espiral negativa que estamos hoje em dia. Mais poder de compra, internacionalização. Temos que olhar para o mercado internacional, vemos muitas empresas tech a internacionalizar e a serem gigantes lá fora. No mundo da alimentação ainda não conseguimos ter essa presença”, diz o novo CEO na sua primeira entrevista desde que assumiu funções.