Miguel Cardoso Pinto coordenou o estudo da EY Parthenon “Os caminhos da indústria do calçado português em direção ao luxo”. Em entrevista ao Jornal da APICCAPS, avalia a atualidade do setor e aponta perspetivas para o futuro.
No Estudo de Mercado sobre o setor de calçado de luxo que a EY Parthenon realizou, recentemente, para a indústria de calçado, efetuaram um diagnostico exaustivo à realidade da indústria de calçado me Portugal. Em que fase de desenvolvimento se encontra agora a nossa indústria?
A história da indústria do calçado em Portugal é marcada pela evolução significativa da sua proposta de valor. Nos anos 1980 e 1990, o país consolidou-se como produtor de calçado de baixo custo. No entanto, com a entrada da China e outros países asiáticos na economia global no final do século, a indústria nacional enfrentou uma séria ameaça. A deslocalização da produção de calçado Low-cost e Mass-market para o Oriente, devido às vantagens nos custos de produção, forçou Portugal a reposicionar-se estrategicamente. O setor inovou, tornando-se um produtor de referência no segmento Premium, destacando-se pela qualidade da sua produção e aproveitando a maior rentabilidade associada a produtos de maior valor acrescentado.
Atualmente, o setor do calçado em Portugal enfrenta um novo paradigma desafiante, caracterizado pelo aumento dos custos de produção e pela estagnação do preço médio de venda. Assim, acreditamos estar a entrar num novo ciclo onde será necessário criar um novo ponto de vista próprio sobre o futuro se quisermos entregar expectativas de crescimento e de diferenciação. Assim sendo a redefinição estratégica dos diferentes atores nesta fase será o primeiro passo critico para que Portugal possa conseguir enfrentar os desafios presentes e capturar o maior valor possível do futuro que teremos pela frente.
Defendem que “o aumento dos custos e a intensificação da concorrência ameaçam o setor do calçado” e que “esta situação obrigará a uma revisão do posicionamento do setor”. De forma sucinta, que oportunidades de crescimento existem para as nossas empresas?
Apesar dos desafios, as empresas do setor do calçado em Portugal têm várias oportunidades de crescimento. A sustentabilidade financeira pode ser alcançada através da redução dos custos. Para tal, a consolidação do mercado, por meio de fusões e aquisições, poderá trazer maiores economias de escala, e a inovação, quer no produto quer nos processos industriais, poderá contribuir para a redução dos custos unitários de produção.
Em alternativa, o aumento do preço médio de venda também poderá constituir uma abordagem importante. Existem três principais oportunidades nesse sentido: participar em mais fases da cadeia de valor para agregar maior valor acrescentado, entrar em novos mercados com maior poder de compra, e produzir para segmentos de maior valor acrescentado, à semelhança do que já se sucedeu no passado.
No Estudo de Mercado sobre o setor de calçado de luxo que a EY Parthenon realizou, recentemente, para a indústria de calçado, efetuaram um diagnostico exaustivo à realidade da indústria de calçado me Portugal. Em que fase de desenvolvimento se encontra agora a nossa indústria?
A história da indústria do calçado em Portugal é marcada pela evolução significativa da sua proposta de valor. Nos anos 1980 e 1990, o país consolidou-se como produtor de calçado de baixo custo. No entanto, com a entrada da China e outros países asiáticos na economia global no final do século, a indústria nacional enfrentou uma séria ameaça. A deslocalização da produção de calçado Low-cost e Mass-market para o Oriente, devido às vantagens nos custos de produção, forçou Portugal a reposicionar-se estrategicamente. O setor inovou, tornando-se um produtor de referência no segmento Premium, destacando-se pela qualidade da sua produção e aproveitando a maior rentabilidade associada a produtos de maior valor acrescentado.
Atualmente, o setor do calçado em Portugal enfrenta um novo paradigma desafiante, caracterizado pelo aumento dos custos de produção e pela estagnação do preço médio de venda. Assim, acreditamos estar a entrar num novo ciclo onde será necessário criar um novo ponto de vista próprio sobre o futuro se quisermos entregar expectativas de crescimento e de diferenciação. Assim sendo a redefinição estratégica dos diferentes atores nesta fase será o primeiro passo critico para que Portugal possa conseguir enfrentar os desafios presentes e capturar o maior valor possível do futuro que teremos pela frente.
Defendem que “o aumento dos custos e a intensificação da concorrência ameaçam o setor do calçado” e que “esta situação obrigará a uma revisão do posicionamento do setor”. De forma sucinta, que oportunidades de crescimento existem para as nossas empresas?
Apesar dos desafios, as empresas do setor do calçado em Portugal têm várias oportunidades de crescimento. A sustentabilidade financeira pode ser alcançada através da redução dos custos. Para tal, a consolidação do mercado, por meio de fusões e aquisições, poderá trazer maiores economias de escala, e a inovação, quer no produto quer nos processos industriais, poderá contribuir para a redução dos custos unitários de produção.
Em alternativa, o aumento do preço médio de venda também poderá constituir uma abordagem importante. Existem três principais oportunidades nesse sentido: participar em mais fases da cadeia de valor para agregar maior valor acrescentado, entrar em novos mercados com maior poder de compra, e produzir para segmentos de maior valor acrescentado, à semelhança do que já se sucedeu no passado.
É importante reconhecer que as empresas do setor do calçado são heterogéneas, com diferentes condições e níveis de maturidade, e essas variáveis deverão ser consideradas na definição das suas estratégias.