Quando a Agência Espacial Portuguesa foi criada, há cinco anos, o número de empresas portuguesas ligadas ao espaço era muito inferior, mas desde então o investimento aumentou e abriram novos cursos nas universidades. Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa, considera que Portugal, através do centro espacial de Santa Maria, nos Açores, pode tornar-se um ponto de reentrada em Terra para missões espaciais. E é no espaço que serão criados serviços para a sustentabilidade da Terra.
A Agência Espacial Portuguesa foi criada há cinco anos. Que balanço faz da atividade da agência e do setor espacial em Portugal?
Se olharmos para aquilo que foi o desenvolvimento, por exemplo ao longo dos últimos 25 anos, Portugal qualificou-se, em algumas áreas, de uma forma absolutamente excecional. Temos um setor espacial baseado em PME que tem aproximadamente 80 empresas. Esse número duplicou nos últimos quatro anos e temos empresas que participam em missões de alto nível tecnológico, mais complexas, mais ambiciosas, em particular no panorama europeu.
A que missões se refere e a que se deve esse crescimento do ecossistema ligado ao espaço?
Acaba de ser divulgada, por exemplo, a segunda a série de imagens e dados da missão Euclid, o telescópio espacial europeu que foi lançado no ano passado e que vai estudar a matéria negra do universo e integra instrumentação e componentes tecnológicos portugueses.
Este contributo está relacionado com a especialização das empresas em algumas áreas. Por exemplo, a questão da navegação, do software de validação ou dos slots de observação. Isso deve-se a uma aposta para que Portugal ganhasse essas capacidades. Temos de fazer esta pergunta: Como é que, no panorama do espaço, nos queremos posicionar? Tem havido, nos últimos anos, um aumento de investimento público, por exemplo através da participação de Portugal na Agência Espacial Europeia (ESA).