Espanha vai crescer 3% este ano, quase o dobro de Portugal, e terá das maiores expansões da Europa em 2025. Proximidade e interligação total com o maior parceiro económico, investidor e mercado externo ajudará a minimizar efeito da estagnação europeia e recessão na Alemanha.
No atual ambiente de quase estagnação da Europa, em muito ditada pelas dores da Alemanha, que entrou em recessão este ano e com um futuro complicado pela frente, Espanha voltou a aparecer como o vizinho de sempre que melhor pode acudir à economia portuguesa, com o seu crescimento musculado (3% este ano, segundo a Comissão Europeia) e o peso indisputado, já histórico, de maior investidor estrangeiro e maior mercado exportador.
As empresas espanholas têm investido em Portugal (posição ou stock de IDE - Investimento Direto Estrangeiro) uns impressionantes 29,2 mil milhões de euros (situação no final do terceiro trimestre deste ano, segundo o Banco de Portugal), valor que está a crescer 6% em termos anuais.
É a maior fonte de IDE da economia portuguesa, que deixa bem para trás os 20 mil milhões de euros em investimentos franceses, os 12,1 mil milhões da China ou os 8,7 mil milhões de euros em capitais alemães.
O investimento espanhol é feito por milhares de empresas, onde pontuam nomes da banca, como Santander, Bankinter, La Caixa (BPI), BBVA, uma plêiade de grandes fundos imobiliários, um rol enorme de construtoras e grupos de engenharia, energia (Repsol, Acciona, FCC, Ferrovial, Sacyr, CME), gigantes do retalho, como Mercadona, El Corte Inglés ou o valioso grupo Inditex, que detém as marcas Zaraa, Massimo Dutti, Pull & Bear, entre outras.
São grandes investimentos e operações, mas com um senão: engrossam as importações portuguesas, o que come crescimento à economia interna.
Espanha vende mais para Portugal do que para toda a América Latina", diz o gabinete de estudos da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Voltar
AICEP
Portugal tem seis escolas de negócios entre melhores da Europa
Vento ameno de Espanha compensa chegada da frente fria alemã à economia portuguesa.
Luís Reis Ribeiro, Dinheiro Vivo
02 dez. 2024
Imprensa Nacional