Começou por colocar no mercado medicamentos genéricos que quase não estavam disponíveis, e hoje dedica-se também às terapias avançadas, complexas e inovadoras. A Bluepharma criou, ao longo de 20 anos, 20 empresas, e fornece algumas das principais multinacionais do setor farmacêutico exportando para mais de 40 países. Incluindo os Estados Unidos, onde pretende crescer nos próximos anos.
A Bluepharma começou por colocar no mercado medicamentos genéricos que praticamente não existiam em Portugal, há 23 anos. Com essa estratégia, evitou o encerramento da unidade industrial de São Martinho do Bispo, a antiga fábrica da Bayer, um investimento estrutural para a cidade de Coimbra e para o país. Paulo Barradas Rebelo, presidente do conselho de administração da empresa, recorda que “a primeira década da Bluepharma foi a fase da reestruturação e desenvolvimento, de lançar os pilares da produção, da investigação e desenvolvimento e da comercialização de medicamentos”.
Os anos seguintes foram de consolidação das equipas e dos clientes em vários mercados, até que, em 2021, a Bluepharma entrou numa fase de acelerado crescimento. Ao longo de 20 anos, criou 20 empresas, nas quais trabalham, hoje, 750 pessoas. O volume de negócios ultrapassou os 76 milhões de euros em 2023, o que representou um crescimento de 22 por cento por cento em relação ao ano anterior. Para este ano o presidente da Bluepharma prevê um crescimento também superior a 20 por cento. “Na origem da Bluepharma esteve sempre a intenção de contribuir para a sociedade, para os doentes, para o país e para a economia. Esta estratégia contribuiu para o aumento das exportações, para uma maior acessibilidade aos medicamentos, para poupanças muito significativas para o Estado e doentes e a criação de emprego altamente qualificado”, refere Paulo Barradas Rebelo. A empresa tem também apoiado o lançamento de várias startups ligadas à indústria farmacêutica e investido em investigação e desenvolvimento para criar produtos inovadores e adotar tecnologias de ponta.
Em 2003 a Bluepharma criou o seu primeiro centro de investigação e desenvolvimento e nos últimos anos tem sido estabelecido parcerias nacionais e internacionais com universidades e centros de investigação. Com essa aposta, a empresa pretende destacar- -se também na área das terapias avançadas, complexas e inovadoras. Neste percurso de diferenciação e internacionalização, a Bluepharma aumentou o portefólio de produtos com o desenvolvimento de novos medicamentos genéricos e tecnologias inovadoras de alta intensidade tecnológica, como é o caso dos injetáveis complexos. Dos genéricos convencionais, passou a disponibilizar medicamentos de elevado valor acrescentado. No ano passado a empresa inaugurou uma unidade industrial em Eiras, Coimbra, de produção de medicamentos para a área da oncologia, que é uma das maiores da Europa. “Este projeto inovador está ainda a dar os primeiros passos e vai permitir à Bluepharma evoluir de um portefólio centrado em medicamentos genéricos para ambulatório. A empresa passará a ter uma importância crescente na área dos medicamentos oncológicos e nas estratégias terapêuticas de vanguarda, como são as terapias avançadas com enfoque no mercado hospitalar, com produtos cada vez mais sofisticados e diferenciados”, adianta Paulo Barradas Rebelo.
A Bluepharma exporta cerca de 87 por cento da sua produção e entre os principais destinos estão França e Alemanha, os principais mercados. Mas a expansão global da empresa também abrange outras latitudes para além da Europa, como a Austrália, Estados Unidos, Médio Oriente, África e América Latina. Nos últimos anos, a diversificação geográfica tem sido uma das principais etapas da expansão da Bluepharma, que já entrou em mais de 40 territórios. “Um dos mercados com maior potencial de crescimento para os próximos cinco anos é o dos Estados Unidos, sublinha Paulo Barradas Rebelo. “Acreditamos que a nossa presença neste mercado se tornará cada vez mais significativa, uma vez que temos licenciado um número crescente de medicamentos e tecnologias nesta geografia, o que abre novas oportunidades e reforça a nossa posição internacional.” A exigência regulatória é muito elevada no setor farmacêutico e as empresas deparam-se com um conjunto de normas rigorosas que variam de país para país, sublinha Paulo Barradas Rebelo. “As empresas farmacêuticas têm hoje de navegar entre a necessidade de inovar, garantir a conformida de regulatória, manter preços competitivos e lidar com desafios logísticos e de fornecimento, tudo num ambiente de concorrência global cada vez mais acentuado”.
A Bluepharma encontra-se a finalizar a ampliação da fábrica de São Martinho do Bispo, após a construção da nova Unidade Industrial de medicamentos potentes, inaugurada em 2023. Paulo Barradas Rebelo destaca ainda os novos projetos Coimbra Life Sciences Park e CInTech. Este último está inserido no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pretende promover a criação do primeiro Polo Tecnológico em Portugal inteiramente dedicado a medicamentos injetáveis complexos, em Coimbra.

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Internacionalização
Bluepharma: Dos medicamentos genéricos às terapêuticas avançadas
Exporta para mais de 40 países. Incluindo os Estados Unidos.
Bluepharma/AICEP
06 dez. 2024