De acordo com o Link to Leaders, numa altura em que a maior parte de nós goza as suas férias – em Portugal ou lá fora – detenho-me na reflexão da nossa marca maior, mais popular e de mais valor: Portugal.
Orgulhosamente defendida no recente Europeu de Futebol pela Seleção Nacional ou nas Olimpíadas com os nossos bravos atletas. Vemos hoje mais regularmente nas nossas cidades rostos de quem não é de cá. Lembramos as inúmeras e bem-sucedidas campanhas do Turismo de Portugal.
E nisto pergunto-me se há, ou não, em cada um de nós a mesma ideia clara desta marca. O que vale a marca Portugal? Que conceitos diferenciadores tem ela para atrair quem aqui nos visita e nos compara nos rankings perante Espanha, França, Itália, Chéquia, Grécia, etc..
As imagens que nos surgem ao pensar “Espanha” serão das tapas, sevilhanas, presunto, pimentos, palácios árabes, Picasso… França e o romantismo de Paris, os queijos, os vinhos, os seus edifícios ornamentados e alinhados… Itália e as Vespa, o tomate e o queijo nas massas e pizzas, a História romana, Da Vinci…
Sendo sempre uma lista incompleta e difícil de ser consensual, são alegorias no topo da memória que me surgem. Mas – e Portugal? Quais os símbolos e a ideia da nossa cultura e do nosso país para partilharmos em uníssono quando convidamos alguém a nos visitar? Claro que é sempre fácil destacar as imagens e sensações particulares; do pastel de nata ao pastel de bacalhau, das Caves de Vinho do Porto na Ribeira em Gaia ao Terreiro do Paço e ao Bairro Alto; das praias da Costa Alentejana e Algarve; do rio Douro e o seu vale mágico ao Surf na Nazaré e por tantas outras praias…
Mas falo antes das ideias gerais.
Tendo passado pela Bélgica, Estados Unidos da América e Vietname este ano, dei por mim em contextos sempre diferentes a explicar o que há de único no nosso país e com isso chego a esta reflexão. No Vietname, por exemplo, ir para além de “Cristiano Ronaldo” foi excecionalmente difícil, obrigando-me inclusive ao uso da Wikipédia e do Google Maps e Google Images para explicar “o que é” Portugal a quem dele não tem a mais pequena ideia.
Depois de alguma ponderação, juntei algumas ideias que poderão ser os valores debaixo de um cartão convite a explicar sempre a quem nos pretende visitar, do que é tão nosso, tão único e nosso pela sua combinação:
Hospitalidade – porque temos uma capacidade secular de nos integrarmos com outras culturas, de nos sentirmos fascinados por elas, de as aceitarmos, de até delas retirar algo para apimentar a nossa; de sorrirmos; saber dar vários dedos de conversa mesmo que num inglês arranhado; de sabermos ouvir.
Tradição – pudera, com os nossos nove séculos de existência, desde 1139, apenas uma fronteira com Espanha, no extremo sudoeste da Europa voltados para o mar; adotamos a novidade mas preservamos o que conhecemos; a família e a proximidade a ela um dos seus expoentes máximos.
Simplicidade e qualidade de vida – gostamos do que é bom, sonhamos com mais, mas vivemos bem com o que temos; um peixe grelhado ou um frango assado e uma cerveja animam qualquer mesa; uma ida à praia enche-nos a alma; estar com amigos à noite numa esplanada; temos muita luz solar e conseguimos aproveitar o que temos; ouvimos amiúde que “o pouco que temos” é suficiente; ficamos satisfeitos com alguma coisa sem ter a frustração da ambição de querer o mundo (facto amplamente criticado e discutido ao nível dos negócios e empreendedorismo).
Informalidade – gostamos de nos aperaltar, mas preferimos o lado prático; apertamos a mão de forma veemente (ora vejam-se os vídeos do nosso Presidente) e damos dois beijinhos a qualquer um que nos visite; temos regras, mas sempre que podemos fazemos uma simplificação das mesmas na sua aplicação diária; tratamo-nos de forma cordial mas aberta; gostamos da elegância desde que não signifique subjugação.
Claro que nos capítulos da gastronomia e dos vinhos, passando pelos monumentos e paisagens, temos tanto de único – mas todos os países têm os seus pergaminhos. Contudo a combinação acima destes quatro vetores creio são o que fazem muitos turistas apaixonarem-se pelo nosso país, passarem a palavra e cá voltarem. Aliás, creio mesmo que a par do país poderei dizer que sobretudo se apaixonam pelos portugueses. O sentirem-se à vontade. O nosso trato. A nossa bem disposta capacidade de receber e viver o dia a dia e de dar dois dedos de conversa.
E eu, um dos que ergue no coração o nosso país e felizmente nele vive, assim continuo a promovê-lo – para que o descubram e nisto que é tão nosso se inspirem.
Orgulhosamente defendida no recente Europeu de Futebol pela Seleção Nacional ou nas Olimpíadas com os nossos bravos atletas. Vemos hoje mais regularmente nas nossas cidades rostos de quem não é de cá. Lembramos as inúmeras e bem-sucedidas campanhas do Turismo de Portugal.
E nisto pergunto-me se há, ou não, em cada um de nós a mesma ideia clara desta marca. O que vale a marca Portugal? Que conceitos diferenciadores tem ela para atrair quem aqui nos visita e nos compara nos rankings perante Espanha, França, Itália, Chéquia, Grécia, etc..
As imagens que nos surgem ao pensar “Espanha” serão das tapas, sevilhanas, presunto, pimentos, palácios árabes, Picasso… França e o romantismo de Paris, os queijos, os vinhos, os seus edifícios ornamentados e alinhados… Itália e as Vespa, o tomate e o queijo nas massas e pizzas, a História romana, Da Vinci…
Sendo sempre uma lista incompleta e difícil de ser consensual, são alegorias no topo da memória que me surgem. Mas – e Portugal? Quais os símbolos e a ideia da nossa cultura e do nosso país para partilharmos em uníssono quando convidamos alguém a nos visitar? Claro que é sempre fácil destacar as imagens e sensações particulares; do pastel de nata ao pastel de bacalhau, das Caves de Vinho do Porto na Ribeira em Gaia ao Terreiro do Paço e ao Bairro Alto; das praias da Costa Alentejana e Algarve; do rio Douro e o seu vale mágico ao Surf na Nazaré e por tantas outras praias…
Mas falo antes das ideias gerais.
Tendo passado pela Bélgica, Estados Unidos da América e Vietname este ano, dei por mim em contextos sempre diferentes a explicar o que há de único no nosso país e com isso chego a esta reflexão. No Vietname, por exemplo, ir para além de “Cristiano Ronaldo” foi excecionalmente difícil, obrigando-me inclusive ao uso da Wikipédia e do Google Maps e Google Images para explicar “o que é” Portugal a quem dele não tem a mais pequena ideia.
Depois de alguma ponderação, juntei algumas ideias que poderão ser os valores debaixo de um cartão convite a explicar sempre a quem nos pretende visitar, do que é tão nosso, tão único e nosso pela sua combinação:
Hospitalidade – porque temos uma capacidade secular de nos integrarmos com outras culturas, de nos sentirmos fascinados por elas, de as aceitarmos, de até delas retirar algo para apimentar a nossa; de sorrirmos; saber dar vários dedos de conversa mesmo que num inglês arranhado; de sabermos ouvir.
Tradição – pudera, com os nossos nove séculos de existência, desde 1139, apenas uma fronteira com Espanha, no extremo sudoeste da Europa voltados para o mar; adotamos a novidade mas preservamos o que conhecemos; a família e a proximidade a ela um dos seus expoentes máximos.
Simplicidade e qualidade de vida – gostamos do que é bom, sonhamos com mais, mas vivemos bem com o que temos; um peixe grelhado ou um frango assado e uma cerveja animam qualquer mesa; uma ida à praia enche-nos a alma; estar com amigos à noite numa esplanada; temos muita luz solar e conseguimos aproveitar o que temos; ouvimos amiúde que “o pouco que temos” é suficiente; ficamos satisfeitos com alguma coisa sem ter a frustração da ambição de querer o mundo (facto amplamente criticado e discutido ao nível dos negócios e empreendedorismo).
Informalidade – gostamos de nos aperaltar, mas preferimos o lado prático; apertamos a mão de forma veemente (ora vejam-se os vídeos do nosso Presidente) e damos dois beijinhos a qualquer um que nos visite; temos regras, mas sempre que podemos fazemos uma simplificação das mesmas na sua aplicação diária; tratamo-nos de forma cordial mas aberta; gostamos da elegância desde que não signifique subjugação.
Claro que nos capítulos da gastronomia e dos vinhos, passando pelos monumentos e paisagens, temos tanto de único – mas todos os países têm os seus pergaminhos. Contudo a combinação acima destes quatro vetores creio são o que fazem muitos turistas apaixonarem-se pelo nosso país, passarem a palavra e cá voltarem. Aliás, creio mesmo que a par do país poderei dizer que sobretudo se apaixonam pelos portugueses. O sentirem-se à vontade. O nosso trato. A nossa bem disposta capacidade de receber e viver o dia a dia e de dar dois dedos de conversa.
E eu, um dos que ergue no coração o nosso país e felizmente nele vive, assim continuo a promovê-lo – para que o descubram e nisto que é tão nosso se inspirem.