A nível mundial, a recuperação ficou ainda 11% abaixo dos valores de 2019, com 1,3 mil milhões de turistas internacionais.
Portugal registou um crescimento de 12,1% no número de turistas internacionais em 2023 face a 2019 (pré- pandemia), o que, de acordo com relatório sobre o sector agora publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), superou a subida de mercados como Espanha (2%), França (7,8%) e Itália (4,4%).
Apesar da recuperação europeia em geral, houve ainda países que ficaram abaixo do nível de 2019, como a Alemanha (-12,3%), Reino Unido (-7%), Croácia (-2%) e Estónia (-28,1%, tendo este país fronteira com a Rússia, o que afastou o turismo na sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em Fevereiro de 2022).
A prestação mais elevada, segundo a informação da OCDE, coube à Colômbia, com mais 33,6% face a 2019, enquanto a mais baixa foi a do Peru, com menos 42,8%.
A OCDE - que não disponibiliza dados absolutos para os países em análise, sendo a dimensão de Itália, Espanha e França muito superior à de Portugal - faz notar que os mercados europeus beneficiaram das viagens realizadas na mesma região (como entre França e Portugal, por exemplo) e de um dólar forte, "que impulsionou as viagens dos EUA para a Europa".
A nível mundial, esta organização refere que no ano passado a recuperação ficou ainda 11% abaixo dos valores de 2019, com 1,3 mil milhões de turistas internacionais, prevendo- se que haja uma "recuperação total" este ano e que o sector continue a crescer no longo prazo.
De acordo com o relatório, a forte recuperação do número de turistas internacionais foi ultrapassada pela subida das receitas, mas neste caso, realça a OCDE, é preciso ter em conta o forte impulso dado pela inflação alta.
No caso de Portugal, segundo uma análise de Maio do gabinete de estudos do BPI, houve um crescimento real, tendo em conta os proveitos totais dos estabelecimentos contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com uma subida de 20,1% para seis mil milhões de euros, quando a inflação média anual em 2023 chegou aos 4,3% e a dos serviços de alojamento atingiu os 17,2%.
O turismo em Portugal no ano passado foi marcado por novos recordes de turistas e receitas, com o Banco de Portugal a registar a entrada de 25,1 mil milhões de euros.
Pressão criada pelo turismo
No relatório divulgado, a OCDE alerta para o facto de a recuperação do
turismo estar a trazer consigo novos avisos para os governos, "com destinos a enfrentar dificuldades para gerir a procura e os impactos provocados nas comunidades locais e no ambiente".
"Muitas vezes, o impacto do desenvolvimento do turismo é desequilibrado ao nível económico, social e ambiental", refere-se, acrescentando que "é preciso fazer algo mais" nessa área.
A pressão sobre algumas localidades, faz notar a OCDE, pode ser aliviada por estratégias de "diversificação e difusão" dos impactos ao nível "espacial e temporal". Em paralelo, deve-se prever - supostamente para prevenir - "quando o turismo num destino atinge ou ultrapassa os níveis de equilíbrio", com impactos prejudiciais.
O relatório constata ainda a dificuldade do sector em captar trabalhadores. "O turismo é um sector de mão- de-obra intensiva e a escassez de mão-de-obra e falta de competências têm limitado a actividade do sector." Em 2023, avança a OCDE, as vagas de emprego por preencher foram mais elevadas do que em outras áreas de actividade económica.
Realçando a importância fulcral do sector privado na captação de trabalhadores, esta organização refere que cabe aos governos e instituições dar algum apoio ao nível das políticas e facilitar a acção das empresas.
Para a OCDE, "é preciso fazer mais no sentido de perceber as necessidades dos trabalhadores, de modo a fazer com que o trabalho no turismo seja atractivo e uma opção viável". Aqui estão incluídos factores complementares ao trabalho em si (em que se inclui o salário e perspectivas de evolução de carreira), como o alojamento, transporte e serviços de apoio aos filhos.
12,1%
Foi o crescimento verificado em Portugal em termos de número de turistas internacionais recebidos no território, entre o último ano antes da pandemia (2019) e 2023
INE
Número de portugueses que viajaram para o estrangeiro em turismo ainda ficou abaixo do desempenho de 2019
Apesar dos vários recordes batidos no turismo no ano passado, o número de residentes em Portugal que realizaram "pelo menos uma viagem turística" foi de 51,7% do total - 5,3 milhões de pessoas -, um valor ainda abaixo dos 53% de 2019. Mesmo assim, houve uma subida face a 2022, quando este indicador se situou nos 47,7% (em 2020, no auge da pandemia, o valor ficou-se pelos 39%).
Segundo os dados publicados segunda-feira pelo INE, em 2023, "34,3% dos residentes realizaram viagens turísticas exclusivamente em território nacional em (3,5 milhões de turistas), sendo em número e proporção idênticos ao ano anterior".
"Os acréscimos fizeram-se notar nos turistas residentes em 2023 que realizaram viagens exclusivamente com destino ao estrangeiro, representando 6% da população residente (+1,4 pontos percentuais [p.p.] do que em 2022), e em território nacional e no estrangeiro, com um peso de 11,4% na população residente (+2,6 p.p. face ao ano anterior)."
Conforme já tinha sido adiantado pelo INE, as viagens ao estrangeiro bateram um novo máximo, com 3,2 milhões, ficando 4,1% acima dos valores de 2019 e mais 21,5% face a 2022.
O nível de sazonalidade (concentração nos três meses de Verão face ao total do ano) desceu para 36,9% "e atingiu o valor mais baixo desde 2013". Segundo o INE, "este indicador foi mais elevado nos residentes (41,3%) do que nos não residentes (34,8%)".
Por regiões, a maior taxa registou- se no Alentejo, com 44,5%, e a menor foi na zona de Lisboa, com 29,9%.
Um dos objectivos nacionais, insritos na estratégia do sector até 2027, é o de baixar o índice de sazonalidade para 33,5% nesse ano.
Com a procura a subir, também a oferta cresceu em 2023, tendo o INE contabilizado 7681 estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local com dez ou mais camas e turismo rural) que totalizavam 478,6 mil camas, "reflectindo acréscimos de 8,3% e 4,5%, respectivamente, face ao ano anterior (+12,4% e +8% face a 2019, pela mesma ordem)".
O maior contributo para a subida veio da região norte, com 28,7% do total do aumento, equivalente a 168 estabelecimentos.
Portugal registou um crescimento de 12,1% no número de turistas internacionais em 2023 face a 2019 (pré- pandemia), o que, de acordo com relatório sobre o sector agora publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), superou a subida de mercados como Espanha (2%), França (7,8%) e Itália (4,4%).
Apesar da recuperação europeia em geral, houve ainda países que ficaram abaixo do nível de 2019, como a Alemanha (-12,3%), Reino Unido (-7%), Croácia (-2%) e Estónia (-28,1%, tendo este país fronteira com a Rússia, o que afastou o turismo na sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em Fevereiro de 2022).
A prestação mais elevada, segundo a informação da OCDE, coube à Colômbia, com mais 33,6% face a 2019, enquanto a mais baixa foi a do Peru, com menos 42,8%.
A OCDE - que não disponibiliza dados absolutos para os países em análise, sendo a dimensão de Itália, Espanha e França muito superior à de Portugal - faz notar que os mercados europeus beneficiaram das viagens realizadas na mesma região (como entre França e Portugal, por exemplo) e de um dólar forte, "que impulsionou as viagens dos EUA para a Europa".
A nível mundial, esta organização refere que no ano passado a recuperação ficou ainda 11% abaixo dos valores de 2019, com 1,3 mil milhões de turistas internacionais, prevendo- se que haja uma "recuperação total" este ano e que o sector continue a crescer no longo prazo.
De acordo com o relatório, a forte recuperação do número de turistas internacionais foi ultrapassada pela subida das receitas, mas neste caso, realça a OCDE, é preciso ter em conta o forte impulso dado pela inflação alta.
No caso de Portugal, segundo uma análise de Maio do gabinete de estudos do BPI, houve um crescimento real, tendo em conta os proveitos totais dos estabelecimentos contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com uma subida de 20,1% para seis mil milhões de euros, quando a inflação média anual em 2023 chegou aos 4,3% e a dos serviços de alojamento atingiu os 17,2%.
O turismo em Portugal no ano passado foi marcado por novos recordes de turistas e receitas, com o Banco de Portugal a registar a entrada de 25,1 mil milhões de euros.
Pressão criada pelo turismo
No relatório divulgado, a OCDE alerta para o facto de a recuperação do
turismo estar a trazer consigo novos avisos para os governos, "com destinos a enfrentar dificuldades para gerir a procura e os impactos provocados nas comunidades locais e no ambiente".
"Muitas vezes, o impacto do desenvolvimento do turismo é desequilibrado ao nível económico, social e ambiental", refere-se, acrescentando que "é preciso fazer algo mais" nessa área.
A pressão sobre algumas localidades, faz notar a OCDE, pode ser aliviada por estratégias de "diversificação e difusão" dos impactos ao nível "espacial e temporal". Em paralelo, deve-se prever - supostamente para prevenir - "quando o turismo num destino atinge ou ultrapassa os níveis de equilíbrio", com impactos prejudiciais.
O relatório constata ainda a dificuldade do sector em captar trabalhadores. "O turismo é um sector de mão- de-obra intensiva e a escassez de mão-de-obra e falta de competências têm limitado a actividade do sector." Em 2023, avança a OCDE, as vagas de emprego por preencher foram mais elevadas do que em outras áreas de actividade económica.
Realçando a importância fulcral do sector privado na captação de trabalhadores, esta organização refere que cabe aos governos e instituições dar algum apoio ao nível das políticas e facilitar a acção das empresas.
Para a OCDE, "é preciso fazer mais no sentido de perceber as necessidades dos trabalhadores, de modo a fazer com que o trabalho no turismo seja atractivo e uma opção viável". Aqui estão incluídos factores complementares ao trabalho em si (em que se inclui o salário e perspectivas de evolução de carreira), como o alojamento, transporte e serviços de apoio aos filhos.
12,1%
Foi o crescimento verificado em Portugal em termos de número de turistas internacionais recebidos no território, entre o último ano antes da pandemia (2019) e 2023
INE
Número de portugueses que viajaram para o estrangeiro em turismo ainda ficou abaixo do desempenho de 2019
Apesar dos vários recordes batidos no turismo no ano passado, o número de residentes em Portugal que realizaram "pelo menos uma viagem turística" foi de 51,7% do total - 5,3 milhões de pessoas -, um valor ainda abaixo dos 53% de 2019. Mesmo assim, houve uma subida face a 2022, quando este indicador se situou nos 47,7% (em 2020, no auge da pandemia, o valor ficou-se pelos 39%).
Segundo os dados publicados segunda-feira pelo INE, em 2023, "34,3% dos residentes realizaram viagens turísticas exclusivamente em território nacional em (3,5 milhões de turistas), sendo em número e proporção idênticos ao ano anterior".
"Os acréscimos fizeram-se notar nos turistas residentes em 2023 que realizaram viagens exclusivamente com destino ao estrangeiro, representando 6% da população residente (+1,4 pontos percentuais [p.p.] do que em 2022), e em território nacional e no estrangeiro, com um peso de 11,4% na população residente (+2,6 p.p. face ao ano anterior)."
Conforme já tinha sido adiantado pelo INE, as viagens ao estrangeiro bateram um novo máximo, com 3,2 milhões, ficando 4,1% acima dos valores de 2019 e mais 21,5% face a 2022.
O nível de sazonalidade (concentração nos três meses de Verão face ao total do ano) desceu para 36,9% "e atingiu o valor mais baixo desde 2013". Segundo o INE, "este indicador foi mais elevado nos residentes (41,3%) do que nos não residentes (34,8%)".
Por regiões, a maior taxa registou- se no Alentejo, com 44,5%, e a menor foi na zona de Lisboa, com 29,9%.
Um dos objectivos nacionais, insritos na estratégia do sector até 2027, é o de baixar o índice de sazonalidade para 33,5% nesse ano.
Com a procura a subir, também a oferta cresceu em 2023, tendo o INE contabilizado 7681 estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local com dez ou mais camas e turismo rural) que totalizavam 478,6 mil camas, "reflectindo acréscimos de 8,3% e 4,5%, respectivamente, face ao ano anterior (+12,4% e +8% face a 2019, pela mesma ordem)".
O maior contributo para a subida veio da região norte, com 28,7% do total do aumento, equivalente a 168 estabelecimentos.