Portugal tem potencial capital europeia do mega campus de IA - TelCables Europe sustenta que Portugal está numa posição privilegiada.

A  TelCables Europe marcou presença no evento Atlantic Convergence 2025, que decorreu entre 28 e 30 de outubro, em Lisboa, e Samuel Carvalho assegurou que Portugal já é um ponto de interconexão transatlântica fundamental para a Europa, afirmando-se como a porta digital para a distribuição de tráfego entre o continente europeu e os EUA, América Latina e África.

Atualmente, chegam à costa portuguesa cerca de 20 cabos submarinos de relevo, prevendo-se que este número aumente para 115 landing points em 5 localizações até 2026.

Para o CEO da TelCables Europe, “há uma necessidade urgente de Portugal intensificar e fornecer as infraestruturas necessárias para construir e operar instalações capazes de proporcionar um mega campus de IA. E já estão a ser tomadas medidas nesse sentido”, notou Samuel Carvalho, prevendo-se um substancial crescimento dos investimentos neste setor em Portugal, passando do 947 milhões de euros em 2024 para cerca de 3,1 mil milhões até 2030 (ResearchAndMarkets.com). No seu conjunto, o setor deverá registar um investimento total de 13 mil milhões de euros até 2031, contribuindo com 3,7 mil milhões de euros para o PIB nacional (Portugal DC e Pb7 Research).

Um dos exemplos em destaque é o projeto da Start Campus, que anunciou planos para investir cerca de 8,5 mil milhões de euros no seu centro de dados de Sines nos próximos 5 anos, de modo a satisfazer a crescente procura por parte das principais empresas tecnológicas e de Inteligência Artificial. Em conjunto com a Nscale, a empresa está a preparar-se para a implementação da plataforma Nvidia GB300 NVL72 no centro de dados SIN01. Para concretizar esta visão, será necessário que outros players da indústria, em Portugal e na Europa, procurem parcerias e colaborarem entre si. “Estamos num momento crucial para o desenvolvimento da futura arquitetura de IA e das infraestruturas necessárias. A consolidação do nosso país como hub digital transatlântico passa inevitavelmente pela promoção da IA e das suas competências digitais. Neste âmbito, a estratégia AI Portugal 2030 assume particular importância, através do desenvolvimento de talentos, projetos de investigação em Inteligência Artificial e CoLABs especializados em cibersegurança, Edge Computing e Processamento de Linguagem Natural, sendo também crucial o lançamento de iniciativas portuguesas de LLM e AI Factory no âmbito do Plano de Ação 2025-2026 da Estratégia Nacional Digital”, realçou Samuel Carvalho, CEO da TelCables Europe.

“Até 2030, Portugal será capaz de consolidar o seu papel como um hub atlântico preparado para a IA, assegurando a sua autonomia digital através de infraestruturas resilientes, capacidade de hiperescala verde e quadros regulatórios avançados, ligando a Europa, África e as Américas, e salvaguardando a soberania dos dados”, acrescentou Samuel Carvalho. A TelCables Europe, alimentada pela rede backbone da Angola Cables, está a desenvolver parcerias com players de relevo, como a euNeteworks e a MEO Solutions, para criar super corredores digitais através da Europa e do Atlântico Sul, para o trânsito de dados e conteúdos entre Portugal, América do Sul e EUA, utilizando a rede de cabos submarinos da Angola Cables. “Todos estes passos são fundamentais para a criação de um ecossistema digital resiliente em Portugal, que sirva as necessidades futuras de crescimento da Europa no espaço de desenvolvimento da IA”, concluiu o CEO da TelCables Europe.

A TelCables Europe posiciona-se como um operador neutral de acesso às redes metropolitanas europeias, africanas e americanas, disponibilizando soluções digitais de circuitos internacionais, incluindo peering, serviços de cloud e interconectividade, a partir dos PoP de Lisboa (Equinix LS1, Altice LDV), Sines (StartCampus), Londres e Marselha, para os mercados da Europa, África, Américas e Ásia. A empresa possui uma rede de cabos submarinos com 80.000 km de extensão e fornece conectividade escalável e de baixa latência a mais de 1.000 data centres e 400 serviços de cloud em todo o mundo. É o 24º operador de Internet do mundo (ranking CAIDA), sendo o maior de língua portuguesa, assegurando cerca de 1% do tráfego mundial.