O Brasil vai receber um grande encontro cultural com sotaque português. Entre novembro de 2025 e janeiro de 2026, a Mostra Portugal Contemporâneo no Brasil ocupará palcos, museus e espaços culturais emblemáticos - destaque para Real Gabinete Português de Leitura -, em seis cidades brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Niterói, Petrópolis, Vitória e Natal, com uma programação que abrange música, dança, artes visuais, filmes, gastronomia e turismo, reunindo o melhor da cena contemporânea de Portugal, de Norte a Sul, e de outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Mais de 80 artistas estão de malas prontas para voar ao Brasil - a maioria, pela primeira vez.
A programação de shows reúne alguns dos nomes mais vibrantes da atual cena musical portuguesa: Capitão Fausto, Linda Martini, Surma, Marisa Liz, Churky e CORVO se apresentarão - ou dividirão o palco - com artistas brasileiros como Tim Bernardes e Zé Ibarra, em shows em grandes eventos como o Rock the Mountain (Petrópolis), Festival DoSol (Natal), Festival Crias e Delírio Tropical (Vitória) e em espaços icônicos como o Cine Joia e o Centro da Terra (São Paulo).
Nos palcos de dança, o público poderá assistir às performances dos irmãos gêmeos Joel e Josué Oliveira, mais conhecidos como UAIS, no dia 22 de novembro, em Vitória, no Festival Crias; e os projetos Motus Dance Project e Plataforma Ent’Artes virão ao Brasil pela primeira vez, diretamente de Braga, Norte de Portugal, para apresentar o espetáculo inédito de dança contemporânea “Iter”. Será nos dias 7 e 8 de novembro, no Theatro Municipal de Niterói, junto à premiada Companhia de Ballet de Niterói.
Já nas artes visuais, duas exposições foram pensadas para ampliar o diálogo entre os países: “Artistas do Oeste Português”, que estará em cartaz de 5 de novembro a 5 de janeiro, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro - Galeão; e “Uma Língua que Nos Une”, a partir de 15 de janeiro, no emblemático Real Gabinete Português de Leitura. As duas mostras serão dedicadas para celebrar a criatividade e a contemporaneidade da produção portuguesa e de artistas da CPLP.
Para além do fado: música portuguesa contemporânea nos palcos brasileiros
A música será um dos pilares do festival, com a vinda de nomes portugueses contemporâneos, convidados a se apresentar ou participar de shows de artistas brasileiros. Indo muito além do que se conhece tradicionalmente da música portuguesa, a curadoria aposta em artistas da nova geração e em ritmos como o rock, pop e hip hop.
Um dos pilares desta edição da Mostra é o apoio à internacionalização da música portuguesa, uma missão que o Arte Institute compartilha com entidades que valorizam e investem na projeção global da criação artística nacional. Nesse sentido, destaca-se o apoio fundamental da AUDIOGEST, que viabiliza a presença de três projetos musicais portugueses no Brasil – Capitão Fausto, Linda Martini e Marisa Liz. Uma das missões da AUDIOGEST é precisamente estabelecer parcerias estratégicas que fortaleçam o ecossistema musical e criem novas pontes entre Portugal e o mundo, permitindo que talentos portugueses ganhem visibilidade internacional e estabeleçam diálogos artísticos em novos territórios.
Petrópolis, Vitória e São Paulo estão na rota dos shows
Diretamente de Lisboa, a banda Capitão Fausto abrirá a programação, tocando no Rock the Mountain, em Petrópolis, nos dias 31 de outubro e 8 de novembro. Tim Bernardes e Zé Ibarra serão convidados da banda no tradicional Cine Joia, em São Paulo, na noite de 1º de novembro.
Depois, em 21 de novembro, o público de Vitória poderá conferir o artista de hip hop CORVO, no Festival Crias, pela primeira vez no Brasil. Nascido e criado na ilha da Madeira, CORVO surgiu no panorama do hip hop em 2019 e traz, em suas letras, temas como saúde mental, num circuito mais underground, com melodias distintas e um flow requintado.
No dia 8 de novembro, será a vez de Churky, alter ego de Diogo Rico, cantor, compositor e multi-instrumentista alcobacense fazer a abertura do show de Martinho da Vila, no Horto Botânico do Fonseca, em Niterói. Ele apresentará canções do seu mais recente EP "A Peça que Faltava", em local a ser anunciado. A sua música passeia entre o folk, o pop e o indie, com rimas que exploram as pequenas histórias e emoções do cotidiano.
No dia 29 de novembro, a banda lisboeta Linda Martini levará o seu rock alternativo a Natal, dentro do Festival DoSol (29 de novembro). No dia 1 de dezembro, eles também tocarão no Centro da Terra, emblemático teatro de São Paulo. Outra que também virá ao Brasil pela primeira vez, a multiartista Surma, natural da vibrante cena de Leiria, no Centro de Portugal, se apresentará entre 28 de janeiro e 1º de fevereiro (em data ainda a definir), no evento Delírio Tropical, em Vitória.
Além de Surma, Marisa Liz, que vive em Cascais e prepara atualmente o seu segundo álbum, também se apresentará no Delírio Tropical, em Vitória. Com uma voz e carisma únicos, a artista é uma das mais conhecidas em Portugal atualmente, e possui um álbum lançado, “Girassóis e Tempestades”, além do EP “Mensagens de Amor”, em que revisita canções de Gal Costa, Tim Maia e Stevie Wonder.
Exposições vão revelar a arte contemporânea portuguesa aos brasileiros
As artes visuais portuguesas também vão cruzar o Oceano Atlântico para realizar duas exposições imperdíveis e gratuitas, no Rio de Janeiro. A primeira, “Artistas do Oeste Português”, estará em cartaz no Aeroporto Internacional do Galeão, entre os dias 5 de novembro e 5 de janeiro. Ocupando um espaço não-convencional, os corredores do aeroporto, a exposição aproximará o público global da arte e dos artistas da região Oeste de Portugal.
Em exposição, o público encontrará peças de André Avelar, Cinara Saiónára, Burry Buermans, Feliciano Costa, Helena Valsecchi, Joana Maria Sousa, Margarida Prieto (Ema M.), Maria Matias, Rui Anastácio e Thierry Ferreira.
Após passar pelo Aeroporto de Washington, a mostra “Uma Língua que Nos Une” também virá ao Brasil, de 15 a 31 de janeiro, no emblemático Real Gabinete Português de Leitura, propondo uma reflexão sobre os laços que continuam a unir os países da CPLP por meio do idioma comum — e de todos os seus sotaques, ritmos e expressões.
Com um diálogo entre imagem e literatura como fio condutor, a mostra se inspirou no projeto “Há uma trança linda nessa sua dança”, de Ondjaki e Jordi Burch. Entre os participantes estão José Luís Peixoto e Rita Leitão, Jordi Burch, Francisco Vidal, Afonso Cruz e Margarida Gato (Portugal); Ondjaki e José Eduardo Agualusa (Angola); José Luís Tavares e Gilda Barros (Cabo Verde); Odete Semedo e Sidney Cerqueira (Guiné-Bissau); Kwame Souza (São Tomé e Príncipe); Amosse e Butcheca (Moçambique); Ana Miranda, Bianca Ramoneda e Yoko Nishio (Brasil); e Luís Cardoso e Gabriela Carrascalão (Timor-Leste).
Projetos de dança lusitanas virão pela primeira vez
A dança lusitana também terá destaque no Portugal Contemporâneo no Brasil, com apresentações inéditas de dança contemporânea dos projetos Motus Dance Project e Plataforma Ent’Artes, ambos de Braga, Norte de Portugal. Junto à premiada Companhia de Ballet de Niterói, os grupos levarão o espetáculo “Iter”, nos dias 7 e 8 de novembro, ao Theatro Municipal de Niterói.
"Iter" significa o eco do movimento incessante. Uma evocação do impulso que atravessa e transforma, desafiando a definição do caminho. A peça pulsa como uma vibração sem origem nem destino, em que o tempo se desfaz e o espaço se recria. "Iter" não revela, mas sugere — um murmúrio do que move e é movido, do que se perde e se encontra.
Cinema também estará na programação com filmes inéditos no Brasil
A Mostra Portugal Contemporâneo no Brasil também vai trazer ao Brasil o NY Portuguese Short Film Festival (NYPSFF), o primeiro festival de curtas-metragens portuguesas realizado nos Estados Unidos, criado e produzido pelo Arte Institute. Desde 2011, o evento apresenta obras de ficção, animação e documentário dirigidas por cineastas portugueses, tanto residentes em Portugal quanto no exterior.
Serão exibidos nove curtas-metragens no dia 9 de janeiro, às 15h, no Real Gabinete de Leitura, promovendo o cinema português em dezenas de países — entre eles Brasil, França, Angola, Índia, Alemanha, Austrália e Moçambique.
Um dos destaques da programação será o documentário "Portugueses do Soho - Uma história que mudou a geografia", que estreou no MoMA e conta a história dos imigrantes portugueses que chegaram ao Soho logo após a Segunda Guerra Mundial.
No longa, o espectador é levado a passear por este bairro badalado, que fica bem no coração de Manhattan. Os portugueses hoje são donos de prédios inteiros no Soho, mas ainda vivem como se estivessem nas suas terras ou como se nunca tivessem saído de lá. Há vinhos portugueses nos armazéns vizinhos, procissões religiosas e diversas outras tradições. A música é de Rita Redshoes e os textos são de autoria e narrados pelo escritor José Luís Peixoto.
Mais do que criar um intercâmbio da arte, a Mostra Portugal Contemporâneo no Brasil - como um todo, em suas múltiplas expressões -, pretende abrir um verdadeiro espaço para o diálogo e a criação coletiva entre Brasil e Portugal, fortalecendo ainda o Turismo e a Economia.