O mercado global da biotecnologia azul - que engloba o que está relacionado com o oceano - deverá crescer para 200 mil milhões de euros até 2030, dizem as mais recentes estimativas.
Na economia portuguesa, é expectável que o seu impacto no PIB duplique para 6% até 2033. Que é como quem diz: é claramente um mercado que não se devia deixar fugir, uma vez que se pode tornar um setor fundamental para o desenvolvimento económico de um país que continua com uma industrialização muito abaixo do desejado.
"O nosso Valor Acrescentado Bruto (VAB) é de 14%, abaixo da UE (16%) e abaixo do que existia em Portugal há 3 0 anos, quando era de 19%", recorda Bruno Esgalhado em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo.
O sócio da McKinsey e líder da área de Sustentabilidade na Península Ibérica, vem defendendo que Portugal se afirme na área da economia azul, uma vez que tem "condições de base que são bastante vantajosas e distintivas para utilizar e explorar de forma sustentável o oceano", nota.
Numa conversa de 45 minutos, que pode ser vista e ouvida na íntegra no site do DN/Dinheiro Vivo (basta ler o QR Co- de desta página), o especialista recorda ainda que temos, em Portugal, uma Zona Económica Exclusiva que nos permite "acesso a recursos marítimos que muitas outros não têm e temos um conhecimento científico muito grande - temos mais de 3 000 especialistas e investigadores nesta área", sublinha. "Temos universidades que têm currículo e investigação profunda neste tema" e temos também alguma infraestrutu- ra", nota o especialista.
E, não mais importante do que isso, mas igualmente relevante, salienta, "também temos acesso a financiamento, que é importante". Atualmen- te, a economia azul contribui com cerca de 5% para o PIB nacional. O objetivo é que essa contribuição mais do que duplique nos próximos cinco anos, o que adicionaria um valor de 12 mil milhões de euros às contas nacionais. Um valor que não é despiciendo, sobretudo quando a economia global é uma enorme nuvem de incerteza.
Para Bruno Esgalhado, a aposta na economia azul é, não apenas óbvia, mas também uma oportunidade que o país não deve deixar escapar, quando o mundo está a entrar, em alta velocidade, numa espécie de nova ordem. Com os EUA a recuar nos compromissos relacionados com a emergência climática, a temperatura do planeta a bater recordes e o tom de urgência dos especialistas a subir, importa encontrar alternativas que garantam que a sustentabilidade não é apenas uma moda.
E é aqui que a Europa pode também ter um papel fundamental. Com o travão de mão que Trump puxou, "muitas empresas europeias que estavam a pensar investir nos EUA estão agora a pensar investir na União Europeia e em diferentes países", salienta. "Isso, em si mesmo, eu vejo como uma oportunidade para reindustria- lizar a Europa, para criarmos uma base de ativos e diferenciação económica".
Uma ambição que está, aliás, refletida no Relatório Draghi, o documento que no ano passado tornou ainda mais claro quais deviam ser os passos a tomar pelo bloco económico para não se tornar irrelevante. Quanto a Portugal, para além da economia azul, é preciso dedicar-se ainda a melhorar uma série de outros indicadores no que à corrida à sustentabilidade diz respeito.
"Se pensarmos em gestão de resíduos, Portugal não sai bem na fotografia com uma das taxas mais baixas de reciclagem da OCDE: 28% versus 43% da média da OCDE. E mesmo em termos de comportamentos como conservação da água, não somos eficientes. Ou seja, temos coisas que podemos e devemos celebrar, mas temos um caminho longo para trabalhar."
Na economia portuguesa, é expectável que o seu impacto no PIB duplique para 6% até 2033. Que é como quem diz: é claramente um mercado que não se devia deixar fugir, uma vez que se pode tornar um setor fundamental para o desenvolvimento económico de um país que continua com uma industrialização muito abaixo do desejado.
"O nosso Valor Acrescentado Bruto (VAB) é de 14%, abaixo da UE (16%) e abaixo do que existia em Portugal há 3 0 anos, quando era de 19%", recorda Bruno Esgalhado em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo.
O sócio da McKinsey e líder da área de Sustentabilidade na Península Ibérica, vem defendendo que Portugal se afirme na área da economia azul, uma vez que tem "condições de base que são bastante vantajosas e distintivas para utilizar e explorar de forma sustentável o oceano", nota.
Numa conversa de 45 minutos, que pode ser vista e ouvida na íntegra no site do DN/Dinheiro Vivo (basta ler o QR Co- de desta página), o especialista recorda ainda que temos, em Portugal, uma Zona Económica Exclusiva que nos permite "acesso a recursos marítimos que muitas outros não têm e temos um conhecimento científico muito grande - temos mais de 3 000 especialistas e investigadores nesta área", sublinha. "Temos universidades que têm currículo e investigação profunda neste tema" e temos também alguma infraestrutu- ra", nota o especialista.
E, não mais importante do que isso, mas igualmente relevante, salienta, "também temos acesso a financiamento, que é importante". Atualmen- te, a economia azul contribui com cerca de 5% para o PIB nacional. O objetivo é que essa contribuição mais do que duplique nos próximos cinco anos, o que adicionaria um valor de 12 mil milhões de euros às contas nacionais. Um valor que não é despiciendo, sobretudo quando a economia global é uma enorme nuvem de incerteza.
Para Bruno Esgalhado, a aposta na economia azul é, não apenas óbvia, mas também uma oportunidade que o país não deve deixar escapar, quando o mundo está a entrar, em alta velocidade, numa espécie de nova ordem. Com os EUA a recuar nos compromissos relacionados com a emergência climática, a temperatura do planeta a bater recordes e o tom de urgência dos especialistas a subir, importa encontrar alternativas que garantam que a sustentabilidade não é apenas uma moda.
E é aqui que a Europa pode também ter um papel fundamental. Com o travão de mão que Trump puxou, "muitas empresas europeias que estavam a pensar investir nos EUA estão agora a pensar investir na União Europeia e em diferentes países", salienta. "Isso, em si mesmo, eu vejo como uma oportunidade para reindustria- lizar a Europa, para criarmos uma base de ativos e diferenciação económica".
Uma ambição que está, aliás, refletida no Relatório Draghi, o documento que no ano passado tornou ainda mais claro quais deviam ser os passos a tomar pelo bloco económico para não se tornar irrelevante. Quanto a Portugal, para além da economia azul, é preciso dedicar-se ainda a melhorar uma série de outros indicadores no que à corrida à sustentabilidade diz respeito.
"Se pensarmos em gestão de resíduos, Portugal não sai bem na fotografia com uma das taxas mais baixas de reciclagem da OCDE: 28% versus 43% da média da OCDE. E mesmo em termos de comportamentos como conservação da água, não somos eficientes. Ou seja, temos coisas que podemos e devemos celebrar, mas temos um caminho longo para trabalhar."