Um café Delta, uma ginja albergada numa barrica de madeira ou um cálice de vinho do Porto. A acompanhar, um pastel de nata. O sabor a Portugal é também cheiro a casa no número 598 na Avenida da Praia Grande, em Macau, onde a vitrina repleta destes doces nacionais salta à vista por entre lojas típicas vestidas de carateres chineses iluminados.
Do outro lado do mundo, Nélson Silva pousa uma nota em patacas ao balcão. Em troca, uma dentada numa das mais típicas iguarias lusas e um gole na pequena chávena que o conduzem, em segundos, às raízes. “É dos poucos sítios, aqui, onde ainda podemos ter alguma coisa de Portugal. Dizem que o nosso peso é grande, mas está a desaparecer. Os chineses estão a comprar tudo e os nossos negócios estão a evaporar-se”, comenta o português que, numa pausa do trabalho, procura o conforto umbilical a mais de 10 mil quilómetros da terra natal.
O Grupo Portugália contraria o fatalismo. Depois de se ter estreado neste mercado há uma década, com a abertura de uma cervejaria Portugália, inaugurou o primeiro espaço da insígnia Manteigaria em janeiro e o segundo na semana passada, localizado no Taipa Village.