Em 2021, a indústria química e da borracha e do plástico em Portugal atingiu um volume de negócios de 12 mil milhões de euros, com exportações no valor de 8 mil milhões de euros. Esta indústria serve vários setores, incluindo automóvel, construção, embalagens, eletrónica e têxteis.
Portugal tem uma força de trabalho qualificada e qualificada, sobretudo nas áreas da química, engenharia química, bioquímica e materiais – mais de 4.000 diplomados do ensino superior em 2021/22. Esta disponibilidade de talentos qualificados garante uma vantagem competitiva nas atividades de desenvolvimento, fabrico e investigação de produtos.
A aposta de Portugal na I&D é suportada por uma rede colaborativa que envolve spin-offs académicos, startups tecnológicas e centros de I&D de renome, como o CIQUP – Centro de Investigação em Química e o CENTIMFE – Centro Tecnológico das Indústrias de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos.
Em termos de sustentabilidade, a aposta de Portugal na adoção de processos mais verdes, tecnologias de reciclagem e materiais de base biológica está refletida no Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 e no Roteiro para a Neutralidade Carbónica, com especial enfoque na descarbonização do setor.
Indústria química, da borracha e dos plásticos
A indústria química, da borracha & plástico em Portugal é um centro dinâmico e próspero de Inovação e oportunidades de investimento, impulsionado por um forte compromisso com a sustentabilidade.
O setor em números
Indústria Química
Portugal tem uma indústria química em crescimento, focada na produção de produtos químicos de elevado valor e de nicho para aplicações específicas.
A indústria química de Portugal atrai empresas multinacionais devido às suas fortes infraestruturas logísticas, mão-de-obra qualificada, localização estratégica e conectividade.
Os pólos da indústria química em Sines e Estarreja são fundamentais para impulsionar o crescimento das cadeias de valor nacionais. O pólo de Sines produz uma gama diversificada de produtos, incluindo petroquímicos, polímeros (e recicláveis) e produtos petrolíferos refinados. O pólo de Estarreja é especializado na produção de MDI1, principalmente para exportação, resinas de ureia-formaldeído e PVC.
O porto de águas profundas do Porto de Sines é a principal entrada de abastecimento energético do país (bruto bruto, produtos refinados e gás natural). O local apresenta conectividade ferroviária e uma extensa rede de condutas.
Vários centros de I&D, como o CIQUP - Centro de Investigação em Química, o CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro e o ITQB NOVA - Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier funcionam como centros de inovação, promovendo a colaboração entre especialistas qualificados em diversas áreas da química.
O setor em números
Principais investidores internacionais
SABI (2021). As 3 principais empresas internacionais com maior volume de negócios no subsector.
Principais mercados de exportação
Eurostat (2022); peso nas exportações totais de Produtos Químicos.
33
%Espanha
8,2
%Alemanha
7,1
%Bélgica
7
%Holanda
5,7
%França
Repsol
… O investimento de 657 milhões de euros da Repsol na expansão do Complexo Industrial de Sines representa o maior investimento industrial em Portugal na última década. Este projeto envolve a construção de duas novas fábricas dedicadas à produção de materiais poliméricos 100% recicláveis de elevado valor acrescentado.
Borracha & Plástico
Portugal apresenta um perfil inovador suportado por objetivos ambiciosos e inovação em práticas sustentáveis que permitem o seu posicionamento competitivo a nível mundial.
O setor da borracha e do plástico em Portugal é conhecido pela sua inovação, sustentabilidade e alinhamento com as tendências globais. Em 2021, gerou um volume de negócios de 5,6 mil milhões de euros e empregou 69% da força de trabalho (31.406) nesta indústria.
De acordo com o Inquérito Comunitário à Inovação (2020), quase um terço das empresas localizadas em Portugal, que operam neste setor, participam ativamente em atividades de inovação1 e soluções que trazem benefícios ambientais.
Portugal acolhe centros de I&D de primeira linha como o PIEP e o CENTIMFE, dedicados a cumprir os requisitos de I&D+i das empresas dos sectores dos plásticos e afins. Além disso, várias universidades portuguesas oferecem programas de licenciatura e pós-graduação em engenharia de polímeros.
Portugal abraçou o Pacto Português para os Plásticos, um acordo colaborativo assinado por várias partes interessadas para promover uma abordagem de economia circular e combater a poluição por plásticos.
1 Inclui atividades de I&D, projetos de engenharia e desenvolvimento, estudos de viabilidade, design industrial, aquisição de máquinas, equipamentos, software e licenças, direitos de propriedade intelectual, edifícios, formação, quando realizados especificamente para desenvolver e/ou implementar uma inovação de produto e/ou processo.
O setor em números
Principais investidores internacionais
SABI (2021). As 5 principais empresas internacionais com maior volume de negócios no subsector.
Principais mercados de exportação
Eurostat (2022); peso no total das exportações de Borracha e Plástico.
28.1
%Espanha
15,1
%França
10,5
%Alemanha
8
%EUA
4,5
%Reino Unido
Peso do Eurostat (2022) nas exportações totais
Sabia que?
… O consórcio Sustainable Plastics, um investimento de 39 milhões de euros que envolve 51 entidades, visa desenvolver e promover materiais e produtos plásticos mais sustentáveis, melhorando a sua circularidade e eficiência de recursos.
… A Casfil, empresa portuguesa, realizou um investimento de 35 milhões de euros para expandir a sua capacidade de produção de embalagens recicláveis. A Casfil pretende duplicar a sua produção e satisfazer a crescente procura por soluções de embalagem sustentáveis.
Continental Mabor
... A Continental Mabor investiu 100 milhões de euros na expansão da sua unidade de Vila Nova de Famalicão para produzir três novos modelos de pneus. A Continental Mabor reforçou ainda o Centro de I&D de Lousado, Famalicão, para a avaliação de desempenho e qualidade de pneus agrícolas, portuários e de terraplanagem.
Projetos recentes IDE Portugal
1 /
SCG Chemicals (Tailândia)
Em 2022, a tailandesa SCG Chemicals concluiu a aquisição de uma participação de 70% na Sirplaste, com sede em Porto de Mós. A SCG Chemicals planeia expandir a capacidade da sua subsidiária Sirplaste, sediada em Portugal, em 25%, em resposta à forte procura de plásticos reciclados na Europa.
Repsol (Espanha)
Em 2021, a Repsol anunciou um investimento de 657 milhões de euros para a expansão do Complexo Industrial de Sines da empresa, envolvendo a construção de duas novas fábricas de materiais poliméricos de elevado valor acrescentado 100% recicláveis para utilização nas indústrias farmacêutica, automóvel e alimentar.
Dow (EUA)
A fábrica da Dow em Estarreja é responsável pela produção de uma matéria-prima crucial para o fabrico de poliuretano denominada MDI. Em 2019, a Dow investiu 5,9 milhões de euros na modernização da tecnologia da fábrica para responder às novas necessidades do mercado e melhorar os processos de produção.
Indorama Ventures (Tailândia)
Em 2017, a Indorama Ventures adquiriu a fábrica petroquímica Artlant no complexo industrial de Sines por 28 milhões de euros. Em 2018, a Indorama comprometeu-se a investir cerca de 150 milhões de euros para modernizar a fábrica. Esta unidade é especializada na produção de ácido tereftálico purificado, matéria-prima fundamental para a produção de PET, com uma capacidade de produção anual de 700 mil toneladas.
O que dizem os investidores
O facto do Complexo Industrial Repsol Polímeros se localizar na Zona Industrial e Logística de Sines oferece-nos vantagens competitivas em termos de localização e espaço, bem como oportunidades de desenvolvimento de infraestruturas.
Com a nova linha precursora na nossa unidade Lavradio, temos agora a cadeia de valor completa de materiais de fibra de carbono de alta qualidade disponíveis internamente para apoiar ainda mais os nossos clientes no desenvolvimento e utilização de soluções leves e inovadoras.
A Artlant, que opera no Complexo Industrial de Sines, em Portugal, reforça o nosso negócio principal de PTA e faz parte da nossa bem-sucedida estratégia de integração vertical. Podemos aplicar a nossa escala e experiência operacional enquanto aproveitamos as sinergias de custos (…).
O investimento de 100 milhões de euros para expandir a nossa unidade industrial em Famalicão, reflecte mais uma vez a confiança que os accionistas depositam na equipa que trabalha em Lousado e confirma a nossa estratégia de sustentabilidade corporativa (…) este investimento não seria possível sem o apoio do governo português .
