NewDetail

AICEP
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal

CABEÇALHO

Abalados pela crise pandémica de 2020, os profissionais têxteis têm em mãos a difícil tarefa de mitigar as devastadoras consequências no setor provocadas pelo COVID-19, agora sem ajuda estatal que permitiu a sua sobrevivência nos últimos anos. Segundo o balanço elaborado pelo painel Retail Int para a Commerce Alliance, o mercado sofreu uma queda global de 7% em 2022 comparativamente a 2019. Esta queda aliada à propagação massiva do e-commerce resultou numa aceleração do fecho de espaços físicos. Agora, existem menos 11% de lojas físicas que há dois anos atrás.

A dualidade inauguração vs encerramento de lojas físicas sempre esteve presente no setor da moda de forma relativamente equilibrada. Em 2019, por exemplo, houve a criação de mais 4% de lojas fisicas para 5% de desaparecimentos. Porém, a crise sanitária veio perturbar profundamente este equilibrio fazendo com que em 2022 houvesse um desequilíbrio muito significativo entre as novas inaugurações (3%) e os encerramentos de lojas (11%).

Por outro lado, estamos também perante uma mudança do comportamento do consumidor face às compras presenciais e virtuais. Estima-se que o tráfego de consumidores nas lojas tenha diminuído 17% face a 2019, embora quando entrem comprem mais (+5%).

 

Os confinamentos, o medo da contaminação e o teletrabalho têm penalizado não só pequenos e médios retalhistas como também os grandes centros comerciais. A título de exemplo, o “La Défense” em Paris, um dos mais emblemáticos da região, sofreu uma queda de 18% desde 2019 nas vendas nas lojas de vestuário, observando-se de 2021 para 2022 uma recuperação de 7%, se bem que tal seja insuficiente para uma retoma da confiança.

 

Com o aumento dos custos, nomeadamente da energia, das exportações e das matérias primas a par da diminuição dos salários e do poder de compra, prevê-se que o setor continue a enfrentar tempos difíceis. Dentro deste cenário desanimador, o Estado francês parece ter vontade de contribuir mediante a criação de um Conselho Nacional do Comércio que assegure uma verdadeira política comercial assente nos princípios de transição climática.

Partilhar