A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) assinou na passada quinta-feira, no Fundão, um acordo que visa reforçar a
oferta de habitação acessível
naquela região. O protocolo assinado com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) implica um investimento de 82 milhões de euros, que irão garantir a
reabilitação
ou
construção
de raiz de 700
imóveis a preço acessível
nos concelhos que fazem parte da CIMBSE, afirmou o presidente daquela comunidade intermunicipal, Luís Tadeu.
A cerimónia, que decorreu no edifício da antiga Moagem do Fundão, contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da ministra da Habitação, Marina Gonçalves.
Para o presidente da CIMBSE, a região precisa "de ter espaços de habitação que desafiem nacionais ou estrangeiros" para irem trabalhar para aquele território, contribuindo ao mesmo tempo para a reabilitação dos centros das cidades e vilas.
Aumentar oferta de habitação acessível e com condições para atrair e reter jovens
O investimento ganha outra importância face a um território que "ou não tem mercado de arrendamento ou é muito diminuto", não havendo oferta de apartamentos ou casas para arrendar a preços acessíveis que permitam aos jovens "estabelecerem as suas vidas" naquela região, sustentou Luís Tadeu, também presidente da Câmara de Gouveia.
Segundo o autarca, face a um parque habitacional degradado e com reduzida oferta no mercado de arrendamento, os concelhos acabam por sentir a perda de jovens que se deslocam para outros concelhos por não encontrarem "possibilidades de habitação" nos municípios que fazem parte da CIMBSE.
Para o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, este projeto de aumento do parque habitacional público a rendas acessíveis vai permitir recuperar casas ou construir em espaços vazios em zonas consolidadas das malhas urbanas das cidades daquela comunidade intermunicipal.
Admitindo que não é possível mudar "as questões de baixa ou média densidade no espaço de uma década", o autarca vincou que o facto de hoje o país não olhar "para o dito interior" com uma perceção de valor negativa, "mas com uma perceção de valor positiva" permite olhar para o futuro com algum otimismo quanto ao que o território poderá oferecer.
António Costa marcou presença na assinatura do acordo, no âmbito do programa "Governo Mais Próximo", que decorreu estes dias com mais de 40 iniciativas pelo distrito de Castelo Branco, onde estarão presentes membros do executivo.