Uma equipa do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) desenvolveu uma nova terapia “altamente eficaz” contra tumores sólidos agressivos, como os do estômago, pâncreas e ovário.
O estudo publicado na segunda-feira na Cell Reports Medicine, “representa um avanço significativo no campo da imunoterapia, abrindo novas perspetivas para cancros com opções de tratamento ainda muito limitadas”, descreve o i3S em comunicado enviado à Lusa.
De acordo com a instituição, está em causa uma “estratégia promissora” que “poderá, num futuro próximo, ser aplicada no tratamento de cancros de difícil abordagem clínica”.
A nova terapia foi “testada em vários modelos pré-clínicos, desde organoides até modelos animais com tumores derivados de pacientes (xenotransplantes)”.
Os resultados “mostraram uma eliminação eficaz das células tumorais, mesmo em tumores (…) com características que normalmente representam barreiras à eficácia das terapias celulares, demonstrando a sensibilidade e robustez desta abordagem”, indicam os investigadores.
O trabalho focou-se “num glicano chamado Sialyl-Tn (STn), ausente em tecidos saudáveis, mas abundantemente expresso em muitos tumores de origem epitelial, como gástrico, pancreático e colorretal”, explicou Rafaela Abrantes, primeira autora do artigo desenvolvido no âmbito do programa doutoral do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).
“Selecionar um alvo tumoral altamente específico é um dos fatores determinantes para o sucesso das terapias com células T”, acrescenta a investigadora.