portuguesa Hovione, que produz componentes para produtos farmacêuticos, está a investir 80 milhões de dólares (cerca de 68 milhões de euros) no reforço da capacidade de produção sua unidade em Nova Jersey, nos Estados Unidos, mas a decisão nada tem a ver com as ameaças de tarifas de Donald Trump.
Os medicamentos genéricos estão fora das taxas de 15% negociadas com a União Europeia — “não é completamente certo”, ressalva Jean-Luc Herbeaux, CEO da Hovione —, mas a Hovione produz produtos e moléculas que vão ser usadas pelas farmacêuticas para a produção dos medicamentos vendidos ao consumidor. Com os Estados Unidos a representar 60% das vendas da empresa, a guerra comercial impactou operação?
“Na verdade não”, garante Jean-Luc Herbeaux. “As cadeias de distribuição no setor farmacêutico são muito complicadas, dependem de equipamento, tecnologias especializadas, é uma parceria, têm de confiar em ti. Por isso, para eles não é assim tão fácil relocalizarem. Não é algo que façam de bom grado, custa-lhes muito dinheiro e não há assim tantos parceiros em quem possam confiar”, justifica o CEO da empresa ao ECO, à margem de um encontro que assinala a atribuição do prémio Léonard de Vinci, pela primeira vez atribuído a uma empresa familiar portuguuesa pela associação francesa Les Hénokiens e pelo Château du Clos Lucé.