A União Europeia (UE) através dos programas Horizon Europe e Digital Europe quer investir mil milhões de euros por ano em inteligência artificial (IA). Este valor deve chegar aos 20 mil milhões de euros, por ano, ao longo da década tendo em conta que o plano da Comissão Europeia prevê a mobilização de verbas adicionais do setor privado e dos Estados-Membros.
“O Mecanismo de Recuperação e Resiliência disponibiliza 134 mil milhões de euros para o digital. Isto será um fator de mudança, permitindo à Europa ampliar as suas ambições e tornar-se líder mundial no desenvolvimento de inteligência artificial de ponta e fiável”, salienta a instituição europeia.
Recorde-se que na semana passada tinha sido divulgado um plano de 1,1 mil milhões de dólares (950 milhões de euros à taxa de câmbio atual), por parte da Comissão Europeia, que visava aumentar a utilização de inteligência artificial em setores chave, reduzindo desta maneira a exposição aos Estados Unidos e China.
“Quero que o futuro da inteligência artificial seja feito na Europa”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na divulgação deste plano, como transcreve a agência noticiosa Reuters. Para a governante europeia o continente deve “impulsionar” a mentalidade de inteligência artificial em primeiro lugar e considerou que setores críticos como saúde, farmacêutico, energia, mobilidade, indústria transformadora, construção, agroalimentar, defesa, comunicações e cultura “devem utilizar mais” inteligência artificial.
UE acredita que IA vai fortalecer Europa
As instâncias europeias consideram que a promoção da excelência ao nível das tecnologias ligadas à inteligência artificial “irão fortalecer” o potencial da Europa para competir no plano global.
Para efetivar esse objetivo a União Europeia traça três grandes eixos de ação: possibilitar o desenvolvimento e a adoção da IA na União Europeia; tornar a União Europeia a escolha preferencial para a IA desde a fase laboratorial até chegar ao mercado; garantir que a IA funciona para as pessoas e é uma força para o bem na sociedade; e construir liderança estratégica, neste tipo de tecnologia, em setores de alto impacto.
“A abordagem da União Europeia à inteligência artificial centra-se na excelência e na confiança, com o objetivo de impulsionar a investigação e a capacidade industrial, garantindo simultaneamente a segurança e os direitos fundamentais. A forma como abordamos a inteligência artificial definirá o mundo em que viveremos no futuro. Para ajudar a construir uma Europa resiliente para a Década Digital, as pessoas e as empresas devem poder usufruir dos benefícios da inteligência artificial, sentindo-se seguras e protegidas”, salienta a União Europeia.
A União Europeia lembra que o plano de ação para o continente europeu, ligado à IA, de abril deste ano, tinha como objetivo tornar a Europa um líder global nesta tecnologia.
Este plano europeu contém iniciativas que visam “construir infraestruturas de dados e computação de IA artificial em larga escala, aumentar o acesso a dados de alta qualidade, promover a adoção da IA em setores estratégicos, reforçar as competências e os talentos em inteligência artificial e facilitar a implementação da Lei ligada à inteligência artificial (IA Act na sigla inglesa).
Para concretizar esse plano está prevista: a criação de Fábricas e Gigafábricas de IA e a chamada ‘InvestAI Facility’ que tem como propósito estimular o investimento privado; o AI Act Service Desk que pretende apoiar “uma implementação harmoniosa e eficaz” da Lei da IA em toda a União Europeia; e o lançamento de uma academia que o intuito de se desenvolverem competências na área da inteligência artificial.