FMI revê em alta previsão de crescimento para o México em 2025 - Relatório do FMI aponta resiliência económica, mas alerta para riscos fiscais.

Relatório do FMI aponta resiliência económica, mas alerta para riscos fiscais e estruturais persistentes.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta a sua projeção para o crescimento económico do México em 2025, estimando agora uma expansão de 1,0 % do PIB, face aos 0,2 % previstos em julho e à contração de –0,3 % projetada em abril. Para 2026, o organismo também ajustou ligeiramente para cima a estimativa, de 1,4 % para 1,5 %, refletindo uma visão mais otimista sobre a resiliência da economia mexicana num contexto global de incerteza.

De acordo com o relatório Perspetivas Económicas Mundiais divulgado esta semana, o FMI reconhece que a economia mexicana tem mostrado um desempenho mais robusto do que o esperado, apoiado em exportações estáveis, maior investimento público em infraestrutura e um mercado de trabalho relativamente forte. O organismo sublinha ainda que o impacto das medidas protecionistas dos Estados Unidos tem sido até agora “limitado”, o que contribuiu para amortecer riscos sobre o comércio e a produção industrial.

Apesar da revisão positiva, o FMI alerta para riscos fiscais e estruturais persistentes. O relatório aponta que o défice público mexicano deverá situar-se em torno de 4,3 % do PIB e a dívida em cerca de 61,5 %, níveis que exigirão um esforço de consolidação a médio prazo. Recomenda, por isso, uma redução gradual do défice para 2,5 % até 2027, através de medidas como o aumento da progressividade do imposto sobre o rendimento, uma eventual expansão do imposto sobre o carbono e maior eficiência na cobrança do IVA.

Alguma imprensa mexicana (ex. Milenio, El Financiero e Reforma) destaca que o FMI reconhece os progressos económicos alcançados durante o primeiro ano do governo de Claudia Sheinbaum, mas insiste na necessidade de reforçar o Estado de direito, melhorar o ambiente de investimento e expandir a infraestrutura logística para sustentar um crescimento mais sólido e inclusivo. A presidente, por seu lado, reagiu sublinhando que a revisão do FMI “confirma a confiança internacional nas políticas económicas e sociais do México” e atribuiu o resultado à execução do seu “Plano México”, centrado em investimentos estratégicos e estabilidade macroeconómica.

Em resumo, a revisão em alta das previsões do FMI traduz uma melhoria significativa da perceção internacional sobre a economia mexicana, embora acompanhada de um aviso claro: sem reformas estruturais e prudência fiscal, o país poderá enfrentar limitações ao crescimento no médio prazo.