Estados Unidos são o oitavo país que mais investe em Portugal. Apesar de medidas protecionistas de Donald Trump, o IDE norte-americano voltou a aumentar no primeiro trimestre. Maioria desse investimento foi feito através da entrada no capital de empresas portuguesas.
Desde o período pré-pandemia, o "stock" de investimento direto estrangeiro (IDE) dos Estados Unidos em Portugal aumentou 70%. E, apesar de a Administração Trump insistir que "esta é hora de investir nos Estados Unidos" como forma de as empresas escaparem às tarifas, o IDE norte-americano em Portugal não dá sinais de abrandamento. Nos primeiros três meses deste ano, o investimento acumulado engordou para 11 mil milhões de euros.
Os dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta terça-feira, revelam que os investidores norte-americanos transferiram para Portugal 160 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, já com aentrada em vigor da primeira fase de tarifas de Donald Trump. O valor corresponde a mais do dobro dos 55,8 milhões de euros em IDE norte-americano contabilizado em igual período do ano passado, o que contribuiu para aumentar o investimento acumulado dos Estados Unidos em Portugal.
Até março, o investimento direto medido numa lógica de contraparte imediata investimento realizado diretamente por entidades sediadas nos Estados Unidos aumentou o "stock" de investimento direto do exterior em Portugal realizado por investidores norte-americanos para 4 mil milhões de euros, no final do primeiro trimestre. O valor corresponde a 2% do total de IDE em Portugal e é mais do dobro do montante registado no primeiro trimestre de 2019 (1,8 mil milhões de euros).
Porém, a esmagadoramaioria do investimento direto dos Estados Unidos em Portugal é feito através de países intermediários. Isso explica que, quando considerados os dados por investidor final que permitem perceber de onde é que o investimento tem efetivamente origem , verifica-se que o "stock" de IDE norte-americano é bastante superior.
No final do primeiro trimestre deste ano, o "stock" de IDE realizado por investidores dos Estados Unidos, numa lógica de investidor final, era de 11,4 mil milhões de euros. O valor compara com 6,7 mil milhões de euros observados no primeiro trimestre de 2019, antes da pandemia. Isso significa que, no espaço de seis anos, houve um crescimento no "stock" de IDE norte-americano de 4,7 mil milhões de euros (cerca de 70%).
Esses 11,4 mil milhões de euros de investimento norte-americano acumulado colocam os Estados Unidos diretamente na oitava posição entre os principais investidores em Portugal. No final do primeiro trimestre deste ano, o valor do IDE norte-americano em Portugal, na ótica do investidor final, representava 5,7% do IDE total no país.
5,7%
Estados Unidos
Peso do investimento direto norte-americano no IDE total em Portugal. Estados Unidos são o oitavo país que mais investe em Portugal.
Só 34% foi investido diretamente
Comparando as duas óticas de IDE (contraparte imediata e contraparte final), é possível concluir que, no final do primeiro trimestre, apenas 34% do investimento direto dos Estados Unidos em Portugal foi realizado diretamente pelo mercado norte-americano. A restante parcela de investimento (66%) entrou em Portugal a partir de países intermediários, nomeadamente o Luxemburgo, que canalizou 39% do IDE norte-americano, e os Países Baixos, com 12%.
O BdP revela ainda que o investimento no capital de empresas portuguesas foi o principal instrumento usado na concretização do investimento norte-americano. Nos últimos seis anos, este instrumento representou, em média, 91% do total investido pelos Estados Unidos em Portugal. No primeiro trimestre deste, 95% do IDE foi concretizado dessa forma.
91%
Capital
Os Estados Unidos investem no país maioritariamente através da entrada no capital de empresas portuguesas. Instrumento representou, em média, 91% do total investido.
O mercado imobiliário português continua ser um dos que mais atrai os investidores norte-americanos. No primeiro trimestre deste ano, o IDE realizado pelos Estados Unidos no setor imobiliário em Portugal foi de 1,7 mil milhões de euros, o que representa 15% do total.
Em sentido contrário, o "stock" de investimento direto de Portugal (IPE) nos Estados Unidos passou de 1,3 mil milhões de euros, no primeiro trimestre de 2019, para 1,8 mil milhões de euros, no primeiro trimestre deste ano. Face a isso, nos últimos seis anos, a proporção do investimento português nos Estados Unidos, perante o total do IPE, "praticamente não se alterou, situando-se entre os 2% e os 2,5%", diz o BdP.
Desde o período pré-pandemia, o "stock" de investimento direto estrangeiro (IDE) dos Estados Unidos em Portugal aumentou 70%. E, apesar de a Administração Trump insistir que "esta é hora de investir nos Estados Unidos" como forma de as empresas escaparem às tarifas, o IDE norte-americano em Portugal não dá sinais de abrandamento. Nos primeiros três meses deste ano, o investimento acumulado engordou para 11 mil milhões de euros.
Os dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta terça-feira, revelam que os investidores norte-americanos transferiram para Portugal 160 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, já com aentrada em vigor da primeira fase de tarifas de Donald Trump. O valor corresponde a mais do dobro dos 55,8 milhões de euros em IDE norte-americano contabilizado em igual período do ano passado, o que contribuiu para aumentar o investimento acumulado dos Estados Unidos em Portugal.
Até março, o investimento direto medido numa lógica de contraparte imediata investimento realizado diretamente por entidades sediadas nos Estados Unidos aumentou o "stock" de investimento direto do exterior em Portugal realizado por investidores norte-americanos para 4 mil milhões de euros, no final do primeiro trimestre. O valor corresponde a 2% do total de IDE em Portugal e é mais do dobro do montante registado no primeiro trimestre de 2019 (1,8 mil milhões de euros).
Porém, a esmagadoramaioria do investimento direto dos Estados Unidos em Portugal é feito através de países intermediários. Isso explica que, quando considerados os dados por investidor final que permitem perceber de onde é que o investimento tem efetivamente origem , verifica-se que o "stock" de IDE norte-americano é bastante superior.
No final do primeiro trimestre deste ano, o "stock" de IDE realizado por investidores dos Estados Unidos, numa lógica de investidor final, era de 11,4 mil milhões de euros. O valor compara com 6,7 mil milhões de euros observados no primeiro trimestre de 2019, antes da pandemia. Isso significa que, no espaço de seis anos, houve um crescimento no "stock" de IDE norte-americano de 4,7 mil milhões de euros (cerca de 70%).
Esses 11,4 mil milhões de euros de investimento norte-americano acumulado colocam os Estados Unidos diretamente na oitava posição entre os principais investidores em Portugal. No final do primeiro trimestre deste ano, o valor do IDE norte-americano em Portugal, na ótica do investidor final, representava 5,7% do IDE total no país.
5,7%
Estados Unidos
Peso do investimento direto norte-americano no IDE total em Portugal. Estados Unidos são o oitavo país que mais investe em Portugal.
Só 34% foi investido diretamente
Comparando as duas óticas de IDE (contraparte imediata e contraparte final), é possível concluir que, no final do primeiro trimestre, apenas 34% do investimento direto dos Estados Unidos em Portugal foi realizado diretamente pelo mercado norte-americano. A restante parcela de investimento (66%) entrou em Portugal a partir de países intermediários, nomeadamente o Luxemburgo, que canalizou 39% do IDE norte-americano, e os Países Baixos, com 12%.
O BdP revela ainda que o investimento no capital de empresas portuguesas foi o principal instrumento usado na concretização do investimento norte-americano. Nos últimos seis anos, este instrumento representou, em média, 91% do total investido pelos Estados Unidos em Portugal. No primeiro trimestre deste, 95% do IDE foi concretizado dessa forma.
91%
Capital
Os Estados Unidos investem no país maioritariamente através da entrada no capital de empresas portuguesas. Instrumento representou, em média, 91% do total investido.
O mercado imobiliário português continua ser um dos que mais atrai os investidores norte-americanos. No primeiro trimestre deste ano, o IDE realizado pelos Estados Unidos no setor imobiliário em Portugal foi de 1,7 mil milhões de euros, o que representa 15% do total.
Em sentido contrário, o "stock" de investimento direto de Portugal (IPE) nos Estados Unidos passou de 1,3 mil milhões de euros, no primeiro trimestre de 2019, para 1,8 mil milhões de euros, no primeiro trimestre deste ano. Face a isso, nos últimos seis anos, a proporção do investimento português nos Estados Unidos, perante o total do IPE, "praticamente não se alterou, situando-se entre os 2% e os 2,5%", diz o BdP.