Especialistas de Portugal, Brasil e Espanha estarão reunidos em Madrid esta semana para discutir a nova ordem geopolítica internacional.
É a segunda edição do Fórum Transformações, promovido pelo Fórum de Integração Brasil Europa (FIBE). A programação deste ano tem como lema Um mundo em ebulição e tem lugar entre os dias 7 e 9 de maio.
Em entrevista ao DN, o economista brasileiro José Roberto Afonso, vice-presidente do FIBE, explica que o objetivo da programação desta edição é "olhar para o futuro" a partir da nova ordem geopolítica mundial. Os vários painéis serão sempre compostos por pelo menos duas nacionalidades diferentes - alguns até três, além da presença de mulheres em todos os painéis. "Isso é algo importante no FIBE, essa é a nossa posição, isso não muda com a gestão Trump", brinca o economista, antecipando um dos tópicos do fórum. "Parece que há um relativo ou um razoável consenso de que a ordem mundial mudou. Alguns colocam o presidente Donald Trump como causa, muitos colocam Trump como consequência, que sem ele também mudaria. Mas é consensual que o panorama mudou e temos de olhar para o futuro", analisa.
Segundo José Roberto Afonso, é necessário que se pensem alternativas para as consequências da atuação da administração americana sob o atual presidente. "É lógico que o ideal era você não ter gente morrendo de fome e morrendo de doenças, porque perdeu ajuda norte-americana. O ideal era que a guerra da Ucrânia acabasse o mais rápido possível, e não ter tanto sofrimento quanto está tendo, inclusive, por conta das dúvidas sobre o novo posicionamento norte-americano", argumenta.
O mesmo vale para as novas guerras tarifárias. "Toda a crise abre oportunidade para, antes de tudo, fazer uma reflexão, sobre onde eu estou, no que eu acredito e no que vou apostar, para onde eu quero ir", explica. Para o economista, que vive em Lisboa, a aproximação cada vez maior de Portugal com o Brasil é essencial e não pode ficar para trás. "A Espanha não tem com o Brasil a história que tem com Portugal. Mas, no período recente, o Brasil tem sido destino, inclusive e, sobretudo, de investimentos espanhóis mais fortes até do que portugueses", reflete.
A aproximação da Europa com o Mercosul é, inclusive, o tema do painel de encerramento do fórum, com o título Reintegração: Europa/Espanha frente ao Mercosul Brasil.
"Penso que este movimento de maior aproximação é chave para você trazer o resto da Europa. Portugal e Espanha são as portas de entrada no Brasil e no Mercosul dos europeus e vice-versa", argumenta. Um dos temas centrais será também a discussão do papel do Brasil nesta nova ordem. Para José Roberto Afonso, com o fim do Governo Bolsonaro, "o Brasil está resgatando o seu papel de ser uma nação plural, democrática, que respeita as diversidades desde opinião, de raça e culturais e sociais" e, externamente, manter a política de estar aberto ao diálogo com todos. "O Brasil tem que ser uma nação vista como uma nação que conversa, que interage, que respeita as diversidades, as diferenças, e, lógico, defende seus valores. Isso é muito importante, sobretudo porque o Brasil tem uma oportunidade de crescer com esse posicionamento diplomático e geopolítico dado que o mundo está com posições muito cristalizadas", defende. Ao mesmo tempo, acredita que falta uma aproximação maior com os vizinhos latino-americanos e com os países africanos.
Além deste tema, outros tópicos dos painéis são como modernizar a administração pública, impasse das chamadas guerras culturais, soberania, oportunidades para a paz e vários aspetos da geopolítica. Entre as pessoas confirmadas nos painéis estão o brasileiro Roberto Azevedo, antigo diretor geral da OMC, a deputada portuguesa Liliana Reis, o ministro brasileiro Gilmar Mendes, o espanhol Mariano Jabonero Blanco, secretário-geral da Organização de Estados Iberoamericanos para a Educação, Ciência e Cultura, além do português Vitalino Canas, presidente do fórum. A programação completa está disponível no site do FIBE.
É a segunda edição do Fórum Transformações, promovido pelo Fórum de Integração Brasil Europa (FIBE). A programação deste ano tem como lema Um mundo em ebulição e tem lugar entre os dias 7 e 9 de maio.
Em entrevista ao DN, o economista brasileiro José Roberto Afonso, vice-presidente do FIBE, explica que o objetivo da programação desta edição é "olhar para o futuro" a partir da nova ordem geopolítica mundial. Os vários painéis serão sempre compostos por pelo menos duas nacionalidades diferentes - alguns até três, além da presença de mulheres em todos os painéis. "Isso é algo importante no FIBE, essa é a nossa posição, isso não muda com a gestão Trump", brinca o economista, antecipando um dos tópicos do fórum. "Parece que há um relativo ou um razoável consenso de que a ordem mundial mudou. Alguns colocam o presidente Donald Trump como causa, muitos colocam Trump como consequência, que sem ele também mudaria. Mas é consensual que o panorama mudou e temos de olhar para o futuro", analisa.
Segundo José Roberto Afonso, é necessário que se pensem alternativas para as consequências da atuação da administração americana sob o atual presidente. "É lógico que o ideal era você não ter gente morrendo de fome e morrendo de doenças, porque perdeu ajuda norte-americana. O ideal era que a guerra da Ucrânia acabasse o mais rápido possível, e não ter tanto sofrimento quanto está tendo, inclusive, por conta das dúvidas sobre o novo posicionamento norte-americano", argumenta.
O mesmo vale para as novas guerras tarifárias. "Toda a crise abre oportunidade para, antes de tudo, fazer uma reflexão, sobre onde eu estou, no que eu acredito e no que vou apostar, para onde eu quero ir", explica. Para o economista, que vive em Lisboa, a aproximação cada vez maior de Portugal com o Brasil é essencial e não pode ficar para trás. "A Espanha não tem com o Brasil a história que tem com Portugal. Mas, no período recente, o Brasil tem sido destino, inclusive e, sobretudo, de investimentos espanhóis mais fortes até do que portugueses", reflete.
A aproximação da Europa com o Mercosul é, inclusive, o tema do painel de encerramento do fórum, com o título Reintegração: Europa/Espanha frente ao Mercosul Brasil.
"Penso que este movimento de maior aproximação é chave para você trazer o resto da Europa. Portugal e Espanha são as portas de entrada no Brasil e no Mercosul dos europeus e vice-versa", argumenta. Um dos temas centrais será também a discussão do papel do Brasil nesta nova ordem. Para José Roberto Afonso, com o fim do Governo Bolsonaro, "o Brasil está resgatando o seu papel de ser uma nação plural, democrática, que respeita as diversidades desde opinião, de raça e culturais e sociais" e, externamente, manter a política de estar aberto ao diálogo com todos. "O Brasil tem que ser uma nação vista como uma nação que conversa, que interage, que respeita as diversidades, as diferenças, e, lógico, defende seus valores. Isso é muito importante, sobretudo porque o Brasil tem uma oportunidade de crescer com esse posicionamento diplomático e geopolítico dado que o mundo está com posições muito cristalizadas", defende. Ao mesmo tempo, acredita que falta uma aproximação maior com os vizinhos latino-americanos e com os países africanos.
Além deste tema, outros tópicos dos painéis são como modernizar a administração pública, impasse das chamadas guerras culturais, soberania, oportunidades para a paz e vários aspetos da geopolítica. Entre as pessoas confirmadas nos painéis estão o brasileiro Roberto Azevedo, antigo diretor geral da OMC, a deputada portuguesa Liliana Reis, o ministro brasileiro Gilmar Mendes, o espanhol Mariano Jabonero Blanco, secretário-geral da Organização de Estados Iberoamericanos para a Educação, Ciência e Cultura, além do português Vitalino Canas, presidente do fórum. A programação completa está disponível no site do FIBE.